Israel lançou quase oito toneladas de bombas para tentar matar um líder do Hamas

Israel tentou várias vezes matar o principal líder militar do Hamas, Mohammed Deif. Então, quando surgiram informações de que ele estava escondido em um complexo no sul de Gaza, Israel atacou com força esmagadora, atingindo a região com oito bombas de 907 quilos.

A força da explosão das munições lançadas com precisão reduziu o alvo a uma cratera fumegante. Dezenas de palestinos na área ao redor do complexo – que abrigava um mercado, uma fonte de água e uma cozinha comunitária que servia civis deslocados – foram mortos e centenas ficaram feridos, disseram autoridades palestinas.

As bombas atingiram o local na manhã de sábado, segundo oficiais militares israelenses. Mahmoud Abu Amer, que disse estar a cerca de 100 metros de distância na hora, descreveu a cena como sendo “como um cinturão de fogo” e disse: “Eu vi pessoas caindo na minha frente.” Outros descreveram uma chuva de estilhaços.

O exército israelense disse que atacou um complexo cercado, usado pelo Hamas e guarnecido por militantes, e tomou precauções para limitar as baixas civis. As forças de Israel reconheceram que a área estava cercada por civis, mas disse que a responsabilidade pelas baixas de inocentes era de Deif e seus combatentes por se esconderem entre eles.

O comandante da brigada Khan Younis do Hamas, Rafa Salama, foi morto no ataque, disse o exército israelense. Oficiais ainda estão avaliando se Deif morreu, mas dizem que estão quase certos da baixa. Vários outros membros do Hamas também morreram, segundo os moradores locais.

A inteligência israelense estava monitorando o complexo porque Salama estava lá, segundo um oficial militar. O ataque foi acionado, disse o oficial, quando uma inteligência “muito, muito precisa” indicou que Deif estava lá. O líder do Hamas desempenhou um papel-chave nos ataques de 7 de outubro a Israel que mataram 1,2 mil pessoas, segundo Israel.

O Hamas disse que Deif não foi morto pelo ataque e contesta que ele fosse o alvo, dizendo que Israel está inventando desculpas para uma explosão que matou dezenas de civis.

Fonte: Valor Econômico