/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2024/Q/A/f2JADdQguSUvWmzCUzxA/foto300int-101-israel-a21.jpg)
Equipes de resgate fazem buscas após ataque de Israel em Ain Deleb, no Líbano — Foto: AP Photo/Mohammed Zaatari
Israel lançou ontem uma série de ataques aéreos contra rebeldes Houthis no Iêmen, ampliando de maneira drástica sua ofensiva contra militantes apoiados pelo Irã, dois dias depois de ter assassinado o líder do Hezbollah Hassan Nasrallah, no Líbano.
Segundo as Forças de Defesa de Israel, os ataques contra os Houthis foram feitos com dezenas de aviões e tiveram como alvos usinas de energia, portos e outras instalações de infraestrutura.
Israel também fez novos ataques no Líbano (leia mais em Centro de Beirute é bombardeado com drones) e prometeu manter a ofensiva contra o Hezbollah, após a morte de Nasrallah, aliado regional mais próximo do Irã, na sexta-feira.
Nas últimas duas semanas, a ofensiva de Israel matou mais de 1.000 pessoas no Líbano, segundo o Ministério da Saúde libanês.
Os Houthis vêm lançando mísseis e drones contra Israel, navios mercantes e navios de guerra dos EUA no Mar Vermelho desde o ataque de 7 de outubro pelo Hamas, que também é aliado do Irã.
No sábado, as Forças Armadas israelenses anunciaram que haviam interceptado, pela terceira vez em um mês, um míssil lançado contra Israel a partir do Iêmen.
Os Houthis, que controlam o norte do Iêmen, disseram que tinham como alvo o aeroporto de Tel Aviv quando o avião do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pousava, ao voltar dos EUA. Israel já havia promovido ataques contra os Houthis em julho.
Os ataques contra alvos Houthis no porto de Hodeidah, reduto dos rebeldes no Mar Vermelho, e em Ras Issa ocorreram um dia depois de Netanyahu dizer que Israel estava “mudando o equilíbrio de forças” no Oriente Médio. “Não há nenhum lugar no Irã ou no Oriente Médio que o braço de Israel não possa alcançar”, afirmou o premiê.
Paralelamente à luta contra o Hamas em Gaza, Israel lançou uma série de ataques devastadores ao Hezbollah nas últimas duas semanas e desencadeou pânico em todo o Líbano com sua ofensiva. Ontem, o país disse ter sido atingido por mais de 216 ataques em 24 horas.
Os ataques israelenses ontem mataram 24 pessoas em Ain Deleb, na cidade de Sidon, no sul, e 21 em Baalbek-Hermel, no leste, segundo o Ministério da Saúde. A última semana foi uma das mais mortais desde que Israel travou guerra de 34 dias com o Hezbollah em 2006.
Ontem, as forças de defesa israelenses informaram que mais de 20 importantes membros do grupo militante libanês foram mortos juntamente com Nasrallah, quando aviões israelenses destruíram ao menos seis edifícios residenciais no subúrbio sul de Beirute.
De acordo com um porta-voz do Exército israelense, em outro ataque, 45 alvos do Hezbollah foram atingidos na área do vilarejo de Kafra, no sul do Líbano.
Apesar dos apelos de potências ocidentais para que Israel reduza a tensão, Netanyahu insistiu que seu país continuará com a ofensiva contra o Hezbollah até que as mais de 60 mil pessoas que tiveram de abandonar o norte de Israel por causa de um ano de bombardeios na fronteira possam retornar.
Ontem o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que planeja falar com Netanyahu. Questionado se uma guerra total no Oriente Médio poderia ser evitada, Biden respondeu que ela “tem de ser [evitada].”
O Ministério da Saúde do Líbano informou que 14 paramédicos foram mortos em ações israelenses nos dois últimos dias e que os ataques atingiram dois centros de defesa civil no sul, provocando danos tão graves em um hospital em Baalbek, no nordeste, que seu funcionamento foi suspenso.
Centenas de milhares de civis libaneses foram desalojados e muitos fugiram para a capital densamente povoada, onde dormem em escolas, praias e ruas.
Os ataques aéreos israelenses também levaram milhares de civis a fugir para a vizinha Síria, que ainda lida com efeitos da guerra civil de uma década. Autoridades registraram mais de 41 mil libaneses e 36 mil sírios cruzando a fronteira para a Síria, na semana passada.
O zumbido dos drones israelenses tem sido ouvido em bairros de toda capital Beirute e seus subúrbios desde a morte de Nasrallah.
O premiê do Líbano, Najib Mikati, declarou três dias de luto oficial por Nasrallah, a partir de hoje.
Israel já levantou a perspectiva de uma ofensiva por terra no sul do Líbano, onde o Hezbollah tem bases e depósitos de armas.
Ontem o Hezbollah continuou a disparar contra Israel, mas a maioria de seus foguetes foi interceptada ou caiu em áreas abertas.
Fonte: Valor Econômico

