Israel e o Hezbollah aproximam-se de uma guerra em grande escala, com ambos os lados elevando escalando as hostilidades nas últimas semanas. O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta quarta-feira (05) que o país está pronto para uma resposta “extremamente forte” contra o Hezbollah, milícia libanesa pró-Irá, que vem realizando disparos diários de foguetes contra Israel há meses.
“Estamos preparados para uma ação muito intensa no norte. De uma forma ou de outra, vamos restaurar a segurança no norte”, afirmou Netanyahu.
Desde os ataques do grupo terrorista Hamas contra Israel no dia 7 de outubro, o Hezbollah tem feito em média 200 ataques por mês contra o país, segundo o exército israelense. Nos últimos dias, o grupo aumentou a intensidade dos ataques e foguetes lançados na última segunda-feira provocaram incêndios no norte do país, próximo da cidade de Haifa.
Numa visita à cidade de Kiryat Shmona, no norte de Israel, em grande parte esvaziada ontem, Netanyahu referiu-se aos incêndios, atribuindo-os a foguetes e ataques de drones do Hezbollah.
“[Uma ação no] norte não é mais uma questão de se vai acontecer, mas de quando vai acontecer”, disse Boaz Bismuth, membro do Likud, partido de Netanyahu.
O Hezbollah, uma organização designada como terrorista pelos EUA e financiada pelo Irã, abriu uma frente de batalha com Israel em 8 de outubro, um dia depois do ataque mortal liderado pelo Hamas dentro de Israel ter desencadeado a atual guerra na Faixa de Gaza. O Hezbollah afirma que os seus ataques apoiam os palestinos e que não irão parar até que Israel cesse a sua guerra em Gaza.
Essas agressões provocaram o deslocamento forçado de cerca de 60 mil pessoas, além de outras 20 mil pessoas que deixaram suas casas antes dos últimos ataques do Hezbollah no norte de Israel, segundo o Alma Center, um centro de observação civil da fronteira de Israel com o Líbano.
O chefe da forças armadas, general Herzi Halevi, também alertou que se aproximava rapidamente um “ponto de decisão” sobre a necessidade de se lançar uma ofensiva no Líbano. “O Hezbollah aumentou os seus ataques nos últimos dias e estamos preparados para avançar para uma ofensiva”, disse Halevi na terça-feira.
Com a intensificação das hostilidades desde outubro, mais de 300 combatentes e comandantes do Hezbollah foram mortos, bem como 80 civis, na reação israelense.
“Não podemos perder mais um ano no norte. Isso [a pacificação] acontecerá por meio de um acordo [diplomático] ou através de uma escalada militar”, disse Benny Gantz, membro do Gabinete de Guerra de Israel, na terça-feira.
Os EUA, juntamente com a França e a ONU, têm tentado mediar uma resolução diplomática para a crise Israel-Líbano que incluiria a retirada das forças do Hezbollah da fronteira e negociações sobre pontos fronteiriços disputados. No entanto, várias fontes envolvidas nas conversações admitem que uma acordo com os libaneses depende primeiro de garantir um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Netanyahu enfrenta pressão de ministros de partidos da extrema direita — que sustentam a continuidade de seu governo no parlamento — para resistir aos recentes esforços dos EUA para pôr fim à guerra com o Hamas. (Com agências internacionais)
O jornalista viajou a Jerusalém a convite da Confederação Israelita do Brasil, Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e da StandWithUs Brazil.
Fonte: Valor Econômico

