Israel adiou nesta quinta-feira (16) uma reunião de gabinete destinada a aprovar o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, enquanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu acusou o Hamas de descumprir partes dos termos de cessar-fogo e liberação de reféns.
“Israel não definirá uma data para uma reunião de gabinete e governo para aprovar o acordo até que os mediadores anunciem que o Hamas aprovou todos os detalhes do acordo”, afirmou o gabinete de Netanyahu, completando que as novas exigências do grupo palestino são um esforço para “extorquir concessões de última hora”.
Em uma declaração anterior, Israel afirmou que o Hamas está se opondo ao veto israelense sobre quais prisioneiros palestinos serão libertados em troca dos reféns capturados durante o ataque do grupo a Israel em 2023, que desencadeou o conflito.
O presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro do Catar, cujos países vêm mediando as negociações, anunciaram na noite de quarta-feira (15) que Hamas e Israel chegaram a um acordo para pôr fim à guerra de 15 meses em Gaza e libertar os 98 reféns que ainda estão em cativeiro.
No entanto, o adiamento da reunião do gabinete de Israel pode também estar relacionado à necessidade de Netanyahu garantir o apoio parlamentar de dois partidos de extrema direita fortemente contrários ao acordo.
Os ministros de extrema direita, Bezalel Smotrich e Itamar Ben Gvir, denunciaram acordo, afirmando que Israel precisa continuar combatendo o Hamas e ameaçando sair do governo caso ele seja aprovado.
Fonte: Valor Econômico

