O Irã e todo o “eixo de resistência” apoiariam o Hezbollah “de todas as maneiras”, caso Israel lançasse um ataque em larga escala contra o grupo libanês e iniciasse uma guerra regional, alertou, nessa terça-feira (2), o conselheiro do líder supremo iraniano, Kamal Kharrazi, em entrevista ao “Financial Times” (FT).
Segundo Kharraz, a República Islâmica “não está interessada” em uma guerra regional e instou os EUA a pressionarem Israel para evitar uma escalada. Mas quando perguntado se o Irã apoiaria militarmente o Hezbollah em caso de conflito em grande escala, Kharrazi disse que “todos os povos libaneses, países árabes e membros do eixo de resistência apoiarão o Líbano contra Israel.”
“Haveria uma chance de expansão da guerra para toda a região, na qual todos os países, incluindo o Irã, se envolveriam. Nessa situação, não teríamos escolha a não ser apoiar o Hezbollah com todos os meios”, disse ele ao “FT”.
“A expansão da guerra não está no interesse de ninguém — nem do Irã nem dos EUA”, acrescentou. As preocupações sobre uma guerra total entre Israel e o Hezbollah intensificaram-se nas últimas semanas, em meio a uma retórica cada vez mais agressiva de ambos os lados, levantando preocupações no Ocidente sobre como o Irã reagiria.
A missão do Irã na ONU alertou, na sexta-feira (28), para uma “guerra de aniquilação” se Israel lançasse uma ofensiva contra o Hezbollah, dizendo que “todas as opções” estavam sobre a mesa. Outro oficial iraniano disse ao “FT” que o país provavelmente não atacaria diretamente Israel, optando por mobilizar a rede de grupos apoiados pelo Irã na região que compõem o eixo da resistência.
As tensões entre Irã, EUA e Israel aumentaram desde o ataque do Hamas em 7 de outubro que deu início à atual guerra na Faixa de Gaza, com grupos militantes apoiados pelo Irã lançando ataques contra o território israelense e soldados dos EUA na região.
Fonte: Valor Econômico

