O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve queda de 0,02% em agosto, mudando de rumo em relação ao mês anterior, quando avançou 0,38%. Os dados foram apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira. A taxa é a primeira negativa em 2024 e e a mais baixa desde junho de 2023 (-0,08%). Para meses de agosto, a taxa é a menor desde 2022 (-0,36%).
A mediana das projeções de 33 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data era de 0,01% de alta, com intervalo de projeções indo de baixa de 0,10% a elevação de 0,13%.
No acumulado em 12 meses, o IPCA recuou de 4,50% em julho para 4,24%, levemente abaixo das estimativas, de 4,27%, com projeções entre 4,15% e 4,37%.
A meta de inflação perseguida pelo Banco Central (BC) é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) para cima ou para baixo.
De janeiro a agosto, o IPCA teve alta de 2,85%. Em igual período de 2023, o aumento acumulado foi de 3,23%.
O IBGE calcula a inflação oficial brasileira com base na cesta de consumo das famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, abrangendo dez regiões metropolitanas, além das cidades de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.
Das nove classes de despesas usadas para cálculo do IPCA, dois tiveram queda e influenciaram o resultado de agosto: alimentação e bebidas (de -1% para -0,44%) e habitação (de 0,77% para -0,51%). Transportes apresentaram estabilidade (de 1,82% para zero).
Ainda na passagem entre julho e agosto, despesas pessoais saíram de avanço de 0,52% para 0,25% e comunicação deixou elevação de 0,18% para 0,10%.
Artigos de residência subiram mais (de 0,48% para 0,74%), assim como saúde e cuidados pessoais (de 0,22% para 0,25%) e educação (de 0,08% para 0,73%). Vestuário mudou de rumo (de -0,02% para 0,29%).
A inflação se espalhou mais pelos itens que compõem o IPCA em agosto. O chamado Índice de Difusão, que mede a proporção de bens e atividades que tiveram aumento de preços, subiu para 56%, de 46,9% em julho, maior percentual desde maio (57,3%), segundo cálculos do Valor Data considerando todos os itens da cesta.
Excluindo alimentos, grupo considerado um dos mais voláteis, o indicador também mostrou uma maior abrangência das altas de preços, de 53,1% para 61,7%, maior desde janeiro (65,1%) por esses parâmetros.
A média dos cinco núcleos do IPCA monitorados pelo Banco Central (BC) caiu para 0,24% em agosto, de 0,42% em julho, segundo cálculos da MCM Consultores.
No IPCA em 12 meses, a média dos cinco núcleos recuou de 3,83% para 3,80%.
Vale recordar que a meta de inflação anual perseguida pelo BC é de 3% em 2024, 2025 e 2026, sempre com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Fonte: Valor Econômico