Oferecer imersões e cursos sobre a Cannabis medicinal para profissionais de saúde nos 26 estados e no Distrito Federal. Esse é objetivo de uma parceria firmada entre a Afya, ecossistema de educação e tecnologia em medicina, e a Thronus Education, de formação de médicos em medicina canábica. A intenção é que ao final da iniciativa, prevista para 2027, mais de 35 mil especialistas tenham sido treinados. O próximo evento deve acontecer em Belo Horizonte (MG), no dia 26 de outubro.
A Thronus Education é um braço da Thronus Medical, biofarmacêutica canadense de produção e desenvolvimento de produtos de Cannabis medicinal fundada pela médica brasileira Mariana Maciel. A Afya reúne 38 instituições de ensino superior no Brasil, sendo 33 delas com cursos de medicina e 25 com pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde.
De acordo com Maciel, a demanda por tratamentos é crescente e a quantidade de médicos especializados em terapias que incluem a Cannabis medicinal continua reduzido.
“Apesar de termos mais de 630 mil médicos no Brasil, apenas 45 mil estão aptos a prescrever medicamentos à base de Cannabis, o que representa menos de 10% do total”, diz a especialista ao Valor, baseada em dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do 3º Anuário da Cannabis Medicinal 2024, da consultoria Kaya Mind. “A proposta é ampliar essa base de conhecimento de forma consistente, com respaldo científico e foco na segurança clínica.”
A maconha é uma droga ilegal no Brasil, mas o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC), substâncias extraídas de plantas do gênero Cannabis, são utilizadas, com resultados comprovados, no tratamento de diversas doenças e condições clínicas.
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Além da parceria nos eventos presenciais que pretendem rodar o país, cursos on-line formatados pela Thronus Education, como a Certificação Medicina Canabinóide para Médicos, ficarão disponíveis na plataforma da Afya, na seção de educação continuada.
O conteúdo inclui estudos de casos clínicos e práticas de prescrição para condições como dor, ansiedade, epilepsia, autismo e cuidados paliativos, além de menopausa e fibromialgia, entre outras. “Também há aulas sobre legislação e segurança jurídica”, diz.
Ainda segundo Maciel, a certificação tem mais de 60 horas-aula e é chancelada pelo Ministério da Educação (MEC). “É uma formação que prepara o médico para a prática clínica responsável da cannabis medicinal.”
A médica estima que, em 2027, no final da “Thronus expedition”, nome do evento presencial de imersão com duração de um dia em cada cidade, o número atual de 45 mil médicos prescritores de produtos de Cannabis passe para mais de 80 mil. A adesão deve ser reforçada com as certificações on-line, acrescenta. “Na imersão, o aluno tem acesso ao conteúdo de forma compacta e a maioria já sai matriculada na certificação, para se especializar mais.”
Fonte: Valor Econômico