Os rebaixamentos de notas das empresas na América Latina superaram as elevações em 7 vezes no quarto trimestre de 2023, o maior índice desde o segundo trimestre de 2020, de acordo com um relatório da agência de classificação de risco Fitch. A situação na região é muito pior que a média global, que foi de 1,7 vez.
A região registrou 14 rebaixamentos de outubro a dezembro, com o Brasil na liderança, somando cinco casos. Na divisão por segmentos, 50% foram em óleo e gás, 29% em varejo e 14% em tecnologia, mídia e telecomunicações.
Ao fim do quarto trimestre, 14% dos emissores avaliados tinham perspectiva “negativa” para seus ratings, o dobro do percentual de 7% no fim de 2022. Ainda assim, a enorme maioria (81%) tinha perspectiva “neutra” e uma pequena fatia (5%) mostrava perspectiva positiva. No pico da pandemia, no segundo trimestre de 2020, 53% das companhias tinham perspectiva “negativa”.
Segundo a Fitch, o que aumentou os rebaixamentos no quarto trimestre de 2023 foi uma combinação de condições mais fracas de alavancagem, mudanças nos perfis de negócio, passivos ambientais e riscos de liquidez e refinanciamento.
“A Fitch projeta que 11% dos emissores terminarão 2024 com alavancagem excedendo nossa sensibilidade de rating negativa em 0,5 vez ou mais. Os setores projetados para terem a maior percentagem de emissores sem margem de alavancagem incluem: recursos naturais; indústria; e tecnologia, mídia e telecomunicações.”
Seja como for, 2024 deve ser melhor que 2023. “Esperamos menos risco para os perfis de crédito dos emissores do que em 2023, com a queda da inflação e dos juros fornecendo apoio, apesar do fraco crescimento do PIB em relação aos níveis históricos e do risco político em muitos países”, expõe a agência de rating.
Fonte: Valor Econômico
