29/07/2022 05h01 Atualizado há 5 horas
A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) desacelerou para 0,21% em julho, vindo de 0,59% em junho, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
A alta de preços ficou abaixo da mediana das estimativas de 21 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de 0,30%, com intervalo das projeções indo de 0,13% a 0,55%.
Com esse resultado o índice acumula alta de 8,39% no ano e de 10,08% em 12 meses. Em julho de 2021, o índice havia subido 0,78% e acumulava alta de 33,83% em 12 meses.
“Preços de commodities importantes estão cedendo, refletindo os riscos de um cenário macroeconômico pouco animador”, diz André Braz, coordenador dos Índices de Preços, em comentário no relatório. “Segundo o índice ao produtor, ocorreram recuos importantes nos preços do minério de ferro (de -0,32% para -11,98%), do milho (de -1,21% para -5,00%) e da soja (de -0,80% para -2,05%). No âmbito do consumidor, a redução do ICMS da energia elétrica (de -0,34% para -3,11%) e da gasolina (de -0,19% para -7,26%) influenciaram destacadamente o resultado do IPC, que registrou queda de 0,28%. Se não fosse a redução do ICMS, o IPC não teria registrado taxa negativa.”
Com peso de 60%, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) variou 0,21% em julho, ante 0,30% em junho. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 0,69% em julho. No mês anterior, a taxa do grupo havia sido de 0,58%.
A principal contribuição para o IPA-M partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de -0,25% para 2,39%, no mesmo período. O índice relativo a Bens Finais “ex”, que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 0,81% em julho, ante 0,83% no mês anterior.
A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 0,85% em junho para 2,00% em julho. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual passou de 6,81% para 9,96%.
Com peso de 30%, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) caiu 0,28% em julho, após alta de 0,71% em junho. Seis das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação.
A principal contribuição partiu do grupo Transportes (0,09% para -2,42%). Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item gasolina, cuja taxa passou de -0,19% em junho para -7,26% em julho.
Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos Educação, Leitura e Recreação (2,63% para -0,86%), Habitação (0,65% para -0,30%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,64% para 0,29%), Vestuário (1,52% para 0,73%) e Despesas Diversas (0,33% para 0,26%).
Nessas classes de despesa, a FGV destaca os seguintes itens: passagem aérea (13,40% para -5,20%), tarifa de eletricidade residencial (-0,34% para -3,11%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,67% para -1,43%), roupas (1,75% para 0,65%) e serviços bancários (0,25% para 0,11%).
Em contrapartida, os grupos Alimentação (0,74% para 1,47%) e Comunicação (-0,49% para -0,16%) registraram acréscimo em suas taxas de variação. Nessas classes de despesa, a FGV sublinha os seguintes itens: laticínios (4,33% para 11,16%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-1,22% para -0,30%).
Por fim, com os 10% restantes do IGP-M, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) subiu 1,16% em julho, ante 2,81% em junho, conforme já havia sido informado na última terça-feira.
Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de junho para julho: Materiais e Equipamentos (1,58% para 0,62%), Serviços (0,50% para 0,49%) e Mão de Obra (4,37% para 1,76%).
Apesar de ser considerado o indicador do mês fechado, para o cálculo do IGP-M, são comparados os preços coletados do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do atual (o de referência) com os do ciclo de 30 dias imediatamente anterior.
Fonte: Valor Econômico
