A perspectiva de menos cortes globais de juros, o enfraquecimento do arcabouço fiscal e a divisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na mais recente decisão de juros elevaram significativamente a probabilidade de a taxa Selic ficar parada em 10,5% indefinidamente, na avaliação da Ibiuna Investimentos. “Essa situação provavelmente exacerbará o ruído em torno da condução da política econômica no futuro próximo, o que nos deixa bastante cautelosos com o posicionamento em ativos do país.”
Em carta referente a maio, a Ibiuna revela que, em sua estratégia macro, tem posições aplicadas (aposta na queda das taxas) em juros reais, compradas (aposta na alta) em inflação implícita e “trades” de valor relativo nas curvas de juro real e de implícitas no Brasil, além de posição vendida no real. A equipe de renda variável da gestora ainda tem exposição a ações brasileiras “mirando a captura de alfa puro via posições long-short não direcionais”.
Já no exterior, a gestora continua com posições tomadas (aposta na alta das taxas) em juros no Japão e nos Estados Unidos, além de posições aplicadas em alguns países desenvolvidos e emergentes.
“Mesmo com uma reavaliação de espaço total para cortes, seguimos vendo valor no tema de dessincronização de ciclos de queda de juros: grande parte de economias tanto no mundo desenvolvido como emergente mostra trajetória benigna da inflação sem a força e resiliência da economia americana, e demanda um relaxamento de condições monetárias antes do que provavelmente ocorrerá nos EUA”, afirma a gestora, que é comandada pelos ex-diretores do BC Rodrigo Azevedo e Mario Torós.
A Ibiuna também afirmou manter posição vendida em moedas asiáticas de baixo rendimento e comprada em moedas de carrego. “Seguimos também com a alocação de risco aos livros de crédito, com posições no Brasil e em emergentes geridas por nosso time de crédito corporativo; e ao livro sistemático, explorando estratégias geridas por nosso time quantitativo”, conclui a Ibiuna na carta.
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Fonte: Valor Econômico

