O avanço é de 33% em 10 meses; o temor com riscos também cresceu, diz estudo da McKinsey
PorIvone Santana — De São Paulo
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2024/y/v/HbAaH5SySjRJrJM9rBAg/arte03emp-101-pesquisa-b8.jpg)
Em 2023, a inteligência artificial generativa (IA Gen) chamou a atenção de todo o mundo a partir da popularização do robô de conversação ChatGPT, da OpenAI. Na sequência, vieram chatbots concorrentes, como o Gemini, do Google; o Cortana, da Microsoft; e Claude, da Anthropic, entre outros. O mercado de IA Gen pode movimentar de US$ 2,6 trilhões a US$ 4,4 trilhões por ano na economia mundial, com base em 63 casos analisados pela consultoria McKinsey no ano passado.
Agora, 2024 será o ano em que as organizações começarão a usar de fato a nova tecnologia e a obter valor com isso. Essas observações, que vêm sendo feitas por cientistas, pesquisadores e executivos de empresas, aparecem de forma estruturada na pesquisa global da McKinsey sobre IA, lançada nesta quinta-feira (30).
De acordo com a pesquisa “The state of AI in early 2024: Gen AI adoption spikes and starts to generate value”, 65% dos entrevistados disseram que suas organizações utilizam IA regularmente. Isso equivale a quase o dobro da porcentagem verificada no levantamento anterior da McKinsey, há dez meses. Além disso, as pessoas admitem que passaram a usar a IA Gen em suas vidas pessoais, e não só no trabalho.
Esse crescimento do uso da IA generativa representou um salto de 33% globalmente entre 2023 e 2024. Já a adoção de IA em geral passou de 55% a 72% no período analisado. Além disso, metade dos entrevistados disse que suas organizações adotaram IA em duas ou mais atividades de negócios comparado a menos de um terço em 2023.
A pesquisa foi realizada por meio on-line entre fevereiro e março de 2024. Entre 1.363 participantes responderam às perguntas, representando diferentes regiões do mundo, indústrias, tamanhos de empresas, especialidades funcionais e cargos.
Desses entrevistados, 981 disseram que suas organizações adotaram IA em ao menos um tipo de negócio, e 878 disseram que suas organizações usavam regularmente a geração de IA em ao menos uma tarefa.
As expectativas dos entrevistados sobre o impacto da IA continuam elevadas. Três quartos deles disseram acreditar que a IA levará a mudanças significativas ou disruptivas em suas empresas nos próximos anos. Ganhos como redução de custos e alta de receita são citados como decorrentes da implantação da nova tecnologia.
Como já vem sendo observado no mercado, a implantação da IA Gen ocorre em áreas que podem criar mais valor. A maior parte das empresas que usa inteligência artificial em mais de uma função, o faz mais frequentemente nos setores de marketing e vendas (dobrou a adoção), no desenvolvimento de produtos e serviços, e em tecnologia da informação.
Em relação aos investimentos, as respostas sugerem que as organizações podem destinar mais de 5% de seus orçamentos voltados para temas digitais em IA generativa, não generativa e sistemas analíticos. No entanto, a IA analítica vem conquistando mais de 20% dos gastos na comparação com a IA genérica. Do total de entrevistados, 67% esperam que suas organizações elevem os investimentos em IA nos próximos três anos.
A área em que a maior parte dos os entrevistados relatam reduções de custos é a de recursos humanos.
A imprecisão e a violação da propriedade intelectual, são consideradas cada vez mais como riscos relevantes para o uso generativo de IA pelas organizações. A questão de imprecisão foi citada por 63% dos entrevistados frente a 56% em 2023; violação da propriedade intelectual foi mencionada por 54% (ante 46%); enquanto segurança cibernética é relevante para 53% dos respondentes comparado a 51% no estudo anterior.
Segundo a McKinsey, “O estado da IA no início de 2024: a adoção da geração AI aumenta e começa a gerar valor” (em tradução livre) é um trabalho colaborativo entre Alex Singla, Alexander Sukharevsky, Lareina Yee e Michael Chui, com Bryce Hall, representando visões de QuantumBlack, AI da McKinsey e McKinsey Digital, baseados na Europa, Ásia e EUA.
Fonte: Valor Econômico
