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Elevar gastos em inteligência artificial (IA) generativa está nos planos de 92% dos executivos de tecnologia de empresas brasileiras entrevistados pela consultoria Gartner, em junho. Os investimentos em IA também elevam a necessidade de proteção contra vazamentos de dados e ataques cibernéticos. Entre os 130 executivos pesquisados no país, 91% também pretendem investir mais em segurança da informação em 2025.
A Gartner projeta que 17% dos incidentes cibernéticos do mundo todo serão gerados com ferramentas de IA generativa, em 2027. Esse cenário ajuda a elevar os investimentos em cibersegurança de US$ 183,9 bilhões, em 2024, para US$ 211,5 bilhões em 2025, alta de 15,1%, em base anual.
“Administrar mais de dez iniciativas de IA generativa em uma empresa gera um gargalo e há necessidade de controlar as informações que entram e saem da companhia”, disse o vice-presidente de Pesquisa do Gartner, Luis Mangi, ao Valor.
O avanço da IA generativa demanda tecnologias de controle de informações confiáveis, vulnerabilidades, vazamentos de dados e gestão de riscos, explica o especialista. Um dos riscos, destaca Mangi, são os vieses e as chamadas “alucinações” (erros) dos algoritmos de IA generativa, uma tecnologia que ainda não atingiu a maturidade. “Ainda há muita alucinação acontecendo”.
Outro estudo da consultoria prevê que, até 2028, os gastos corporativos globais com o combate à desinformação ultrapassarão US$ 30 bilhões – isso equivale a 50% dos orçamentos de marketing e cibersegurança.
Na pesquisa com os executivos brasileiros, a Gartner não informa os valores que serão investidos em tecnologia em 2024 ou 2025. Segundo o estudo, ao investir em IA generativa as empresas esperam ter ganho de produtividade. “As empresas buscam mais eficiência operacional e melhoria de processos do que aplicações como vendas e atendimento ao cliente”, diz Mangi.
A promessa de economia de tempo da IA generativa na execução de tarefas operacionais não se traduz necessariamente em aumento importante de produtividade. “Em média, estamos falando de ganhar pouco mais de 40 minutos por dia”, compara Mangi.
Na visão do especialista, o ganho mais expressivo da IA generativa será observado em tarefas de alta complexidade, executadas por profissionais com muita experiência, como advogados, por exemplo, e em tarefas menos complexas realizadas por profissionais pouco experientes, como em serviços de call center.
Enquanto elevam investimentos em algumas áreas, os executivos de tecnologia também reduzem as verbas em outros projetos. Entre eles, 22% dos respondentes reduzirão verbas em infraestruturas mais antigas e tecnologias de data center, 14% em tecnologias de computação de próxima geração, como computação quântica, e 11% em realidade aumentada e expandida.
“Os executivos estão rebalanceando seus orçamentos, de olho no que traz mais valor ao negócio”, observa o diretor sênior de Pesquisa do Gartner, Henrique Cecci. Nesse sentido, o especialista também atenta para a revisão de custos das empresas com serviços de computação em nuvem, elevados pela IA generativa.
Fonte: Valor Econômico