
Depois de ampliar algumas vezes sua participação na Hypera, o sócio fundador da fabricante de medicamentos, José Alves de Queiroz Filho, conhecido como Junior, articula, ao lado do fundo mexicano Maiorem um novo acordo de acionistas com a participação da Votorantim. A ideia é que com uma posição majoritária, o grupo vote em bloco matérias de interesse, especialmente para evitar ofertas indesejadas de fatias relevantes de ações da companhia.
Os três juntos têm 47,1% da Hypera e a Coluna apurou que a intenção seria que o bloco assumisse o controle com mais de 50% das ações. Junior elevou sua fatia para 27,3% com operações por derivativos nesta semana. Somado à Maiorem, com 14,7%, já formaria um grupo suficiente para evitar ofertas não solicitadas (hostis) de compra.
Mas a avaliação de fontes ouvidas pela Coluna é a de que a entrada da Votorantim e a formação de um bloco de controle daria mais peso ao grupo e protegeria os interesses da Hypera, ao manter a atual coesão no Conselho de Administração. A expectativa é que o acordo seja anunciado em março. A empresa divulga balanço no dia 20.
Ações da companhia despencaram
Assim como outras empresas que estão na Bolsa, a Hypera viu o preço de suas ações despencarem, o que facilita o ambiente para ofertas não solicitadas de aquisição. As ações da farmacêutica operam nos menores níveis desde 2016. No ano passado, a Hypera rejeitou uma oferta, que classificou de “absolutamente hostil”, de aquisição de uma fatia de 20% na empresa pela EMS, o que daria entrada à farmacêutica de Carlos Sanchez no conselho.
A oferta da EMS foi de R$ 30,00 por ação, o que representava um prêmio de 14,67% sobre o que era negociado em bolsa à época. Sanchez, por meio do fundo Perenne, vinha elevando sua posição que está em 6%. Somada a contratos de derivativos de ações, essa fatia sobe para 8%.
Um dos argumentos que embasaram a rejeição pelo conselho da Hypera foi o de que o preço ofertado “subestimou significativamente” o valor da empresa. Diferenças de cultura organizacional e de estratégias também foram citadas pelos conselheiros como fatores para vetar a fusão. A EMS retirou a proposta em seguida. Procuradas, a Hypera e a Votorantim não comentaram. O Maiorem não respondeu até a publicação desta nota.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 28/02/2025, às 13:48.
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Fonte: Estadão