O chefe da área de gestão de portfólio de mercados emergentes da Pimco, Pramol Dhawan, avalia que a recente elevação do rating soberano do Brasil pela agência de classificação de risco Moody’s chegou em um período de desafios para o país.
“Embora reconheçamos as reformas significativas que o Brasil implementou nos últimos anos, incluindo mudanças na previdência, em leis trabalhistas e sistemas fiscais, a elevação do rating da Moody’s vem em um momento desafiador”, disse, em comentários enviados ao Valor por e-mail.
No início do mês a Moody’s elevou o rating soberano do Brasil de “Ba2” para “Ba1”, deixando o país apenas um nível abaixo do grau de investimento.
Para Dhawan, muitas das preocupações do Brasil estão centradas em torno de política fiscal, especialmente considerando que o governo está enfrentando um déficit nominal perto de 10% do PIB (acumulado em 12 meses até agosto). “Este déficit substancial, combinado com juros reais acima de 8%, cria desafios para a sustentabilidade da dívida fiscal do país”, afirmou.
O gestor disse, contudo, que se o Brasil voltar aos trilhos e gradualmente registrar superávit primário, o país terá condições favoráveis para crescimento econômico sustentável com inflação e juros baixos.
“Continuamos otimistas de que o governo irá tomar as decisões necessárias para estabilizar a política fiscal, permitindo que o país se beneficie totalmente das reformas realizadas e que já foram aprovadas”, afirmou.
Fonte: Valor Econômico

