O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva registra o maior percentual de avaliação positiva e de aprovação desde janeiro, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (8). A gestão é avaliada de forma positiva por 33% da população e vista de forma negativa por 37%. Outros 27% consideram a administração como regular. Desde maio, a avaliação negativa da gestão Lula segue uma trajetória de queda e a positiva, de crescimento. O mesmo ocorreu com a aprovação, que chegou a 48%, e com a desaprovação, que oscilou para 49%.
A avaliação positiva (33%) e a negativa (37%) do governo estão empatadas dentro do limite da margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Na rodada anterior do levantamento, de setembro, a avaliação positiva era de 31% e a negativa, de 38%.
A pesquisa foi feita entre os dias 2 e 5 de outubro, com 2.004 entrevistas presenciais, e tem nível de confiança é de 95%. É o primeiro levantamento divulgado pelo instituto depois da aprovação na Câmara da proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, uma das principais bandeiras do governo Lula. O texto teve aprovação unânime e vai começar a tramitar no Senado. O relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), prometeu tramitação célere na Casa.
Desde a rodada anterior da pesquisa, destaca-se também o encontro do presidente Lula com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na ONU, e as manifestações organizadas pelo campo progressista contra a anistia e a PEC da Blindagem.

A desaprovação do governo Lula segue tendência de queda desde maio e agora está empatada com a aprovação, dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Dos entrevistados, 49% desaprovam a gestão e 48% aprovam. Nas duas rodadas anteriores da pesquisa, de agosto e setembro, a desaprovação era de 51% e a aprovação, de 46%. O desempenho registrado agora recupera o resultado de janeiro.
Há um ano, em outubro de 2024, o governo era aprovado por 51% e desaprovado por 45%.

Na análise regionalizada dos dados, o presidente apresentou melhora no Sudeste, que concentra alguns dos maiores colégios eleitorais do país – São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A desaprovação ainda é majoritária, mas caiu de 55% para 52%. A aprovação subiu de 41% para 44%.
Ocorreu movimento semelhante no Sul, onde há menos apoio para Lula. Há um mês, o presidente era desaprovado por 60% e agora são 56%. A aprovação oscilou dois pontos para cima e chegou a 41%. No Nordeste, região em que o petista tem o melhor desempenho, a aprovação chegou a 62% (2 pontos a mais) e a desaprovação oscilou um ponto para baixo (36%).
O percentual de desaprovação aumentou apenas entre os eleitores do Centro-Oeste e Norte (de 52% para 55%), onde a aprovação oscilou um ponto para baixo (44%).
Lula agora tem maioria de aprovação entre as mulheres. Em setembro havia empate entre esse segmento do eleitorado, com 48% de resposta positiva e negativa. Agora 52% aprovam e 45% desaprovam. Entre os homens não houve mudança, e segue em 53% a desaprovação e em 44% a aprovação.
Quando se considera a renda familiar, houve variação significativa entre aqueles que ganham mais de 5 salários mínimos. Esse grupo ainda é mais crítico a Lula, mas a distância diminuiu. A desaprovação caiu de 60% para 52% e a aprovação saltou de 37% para 45%. Nas demais faixas de renda os resultados indicaram estabilidade. O presidente manteve aprovação de 54% para quem ganha até 2 salários mínimos. Na faixa intermediária (de 2 a 5 salários), 51% desaprovam e 46% aprovam.
Lula, que havia apresentado melhora entre os eleitores declarados evangélicos em setembro, voltou a perder vantagem. A desaprovação oscilou de 61% para 63% e a aprovação oscilou negativamente para 34%. Já entre os católicos o presidente recuperou popularidade, e a aprovação subiu de 51% para 54%. Os católicos que desaprovam eram 46% e agora são 44%.
A isenção do Imposto de Renda para aqueles que ganham até R$ 5 ml por mês é aprovada por 79% e 17% disseram ser contra a medida. A proposta, promessa do petista na campanha de 2022.
Dos entrevistados, 67% disseram ter tomado conhecimento da proposta de reforma do Imposto de Renda e 33% disseram não saber.
A bandeira de justiça tributária defendida pelo governo também tem boa aceitação. A proposta do presidente de ampliar a cobrança de imposto dos mais ricos para compensar a isenção dos que ganham até R$ 5 mil tem o apoio de 64%. Outros 29% disseram discordar da medida e 1% disse não concordar nem discordar.
Para 49%, a reforma do IR pode trazer uma “melhora pequena” nas suas finanças, e 41% consideram que terá uma melhora importante. Outros 10% não responderam. O apoio é representativo até entre bolsonaristas: 36% acham que terão uma melhora nas finanças pessoais.
O governo Lula está pior do que a expectativa para 45%. Na pesquisa anterior, de setembro, eram 50%. Para 25% dos entrevistados a gestão está melhor do que se esperava (eram 21% na rodada anterior). Aqueles que acham que o governo está igual ao que se esperava somam 28% (eram 27%).
Em relação às promessas de campanha feitas por Lula na disputa eleitoral de 2022, 63% acham que o presidente não tem conseguido cumprir aquilo que prometeu e 32% avaliam que ele tem conseguido.
Fonte: Valor Econômico

