- Concorrência forte pode limitar sinergias e compressão de margens.
- Hypera (HYPE3) disputa a compra da Medley por até R$ 2 bilhões.
- Aquisição pode elevar alavancagem e reforçar presença nos genéricos.
A Hypera (HYPE3) entrou na disputa pela Medley, cuja venda deve movimentar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões. A francesa Sanofi recebe hoje as propostas não vinculantes, em um processo que atrai concorrentes nacionais e globais.
O negócio pode redefinir o setor de genéricos no Brasil. Apesar disso, a operação ainda depende das próximas fases e das aprovações regulatórias previstas para meados de 2026.
Mercado aquece com disputa pela Medley
A Medley registrou cerca de R$ 200 milhões em Ebitda nos últimos 12 meses. Esse desempenho atraiu mais de 20 potenciais compradores, incluindo a Hypera. Além disso, o interesse crescente reforça o apetite do mercado por ativos rentáveis no setor farmacêutico.
A fase de propostas vinculantes deve ocorrer nas próximas semanas. Assim, o mercado começa a precificar a chance de uma disputa acirrada pelo portfólio.
No entanto, o avanço do processo depende da capacidade dos candidatos em estruturar propostas competitivas, mantendo retorno adequado em um ambiente com forte rivalidade.
Por que a Medley interessa à Hypera (HYPE3)
O Goldman Sachs vê a compra como oportunidade estratégica para a Hypera, que ainda usa fusões e aquisições como principal vetor de expansão. Contudo, o banco lembra que a empresa já integrou marcas relevantes, como Buscopan e o portfólio da Takeda.
A instituição aponta que a consolidação pode reforçar o posicionamento da companhia no setor de genéricos. Além disso, o banco alerta que a forte concorrência pode reduzir ganhos financeiros da operação.
Enquanto isso, a pressão de preços no segmento exige que a empresa mantenha descontos elevados, que já chegam a 10% da receita bruta, contra 6% no ano anterior.
Efeito da transação na alavancagem e nas ações
A compra pode elevar a dívida líquida/Ebitda da Hypera de 2,4x para até 2,8x, dependendo do valor final. Por outro lado, a consolidação pode gerar escala e sinergias relevantes no médio prazo.
O Goldman Sachs mantém recomendação neutra para HYPE3, com preço-alvo de R$ 25 em 12 meses. Além disso, o banco cita que um ambiente competitivo mais racional pode melhorar margens.
Por fim, o relatório alerta para riscos de desaceleração nas vendas e pressão maior de concorrentes, fatores que podem limitar a captura de valor após a aquisição.
Fonte: Guia do Investidor