Os fundos de hedge brasileiros estão dobrando as apostas otimistas em ativos locais, mantendo uma estratégia vencedora que colocou as empresas no caminho certo para superar seu índice de referência pela primeira vez desde 2022.
O índice de fundos de hedge do país, conhecido como IHFA, valorizou-se 1,8% em setembro, superando o retorno do CDI overnight de 1,2%, impulsionado por apostas acertadas em um real brasileiro mais forte, ações mais valorizadas e taxas de swap mais baixas. De janeiro até o final de setembro, o IHFA avançou 11,8%, contra 10,4% da taxa overnight.
Foram as posições em ações que levaram a um ganho de 2% no fundo principal da Verde, de Luis Stuhlberger, em setembro. A empresa, que administra US$ 2,5 bilhões em ativos (R$ 14 bilhões), anunciou que aumentou suas apostas em ações brasileiras, de acordo com um relatório mensal.
O índice de ações brasileiro Ibovespa atingiu máximas históricas em mais de 146.000 pontos e subiu 3,4% em setembro.
Os fundos da Absolute Investimentos e da Kapitalo Investimentos, que administram US$ 5,8 bilhões e US$ 4,9 bilhões em ativos respectivamente, também subiram por meio de apostas no mercado local, com posições que ganham com taxas reais mais baixas.
Segundo Carlos Eduardo, CEO do fundo de hedge Occam Brasil, que administra US$ 2 bilhões em ativos, há uma maneira de continuar apostando no Brasil, dado o cenário de queda dos juros. O fundo aumentou suas apostas, que se beneficiam de juros nominais mais baixos.
Veja o que os gestores de portfólio disseram em suas notas mensais mais recentes:
Absolute Investimentos
A Absolute mantém apostas que se beneficiam de um dólar americano mais fraco em relação a uma cesta de moedas e iniciou uma posição que ganha com taxas reais mais baixas no Brasil.
- Vértice Absoluto FIC +1,7%
Ace Capital
A Ace detém uma posição que ganha com ações mais altas dos EUA.
- Ace Capital FIC FIM +1,6%
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Adam Capital
Adam mantém uma posição comprada no dólar em relação a outras moedas do G-10 e ao real, bem como uma posição comprada em ações dos EUA.
- Adam Macro II FIC +0,7%
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Bahia Asset Management
O fundo manteve uma posição vendida em taxas nominais em queda e iniciou uma posição que se beneficia de um spread maior entre taxas reais de longo e curto prazo.
- Bahia AM Marau FIC +1,9%
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Gênova Capital
Gênova vê os gastos do governo crescerem novamente à medida que as eleições de 2026 se aproximam.
- Radar Gênova Capital FIC FIM +1,7%
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Ibiuna Investimentos
A Ibiuna manteve posições que ganham com a queda das taxas nominais no Brasil e com a alta das ações locais e americanas.
- Ibiuna Hedge STH FIC +1,3%
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Kapitalo Investimentos
A Kapitalo mantém uma posição otimista em ações locais. O cenário doméstico permanece desafiador, com espaço limitado para uma queda mais significativa da inflação, especialmente em 2026, dada a possibilidade de gastos do governo para impulsionar a atividade econômica.
- Kapitalo Kappa FIN +0,8%
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Capital Legado
A Legacy disse que manteve posições que se beneficiam da queda das taxas no Brasil, ao mesmo tempo em que permaneceu comprada em ações de tecnologia dos EUA.
- Capital Legado FIC +1,4%
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Occam Brasil
O fundo aumentou suas apostas em taxas reais mais baixas no Brasil, enquanto continua operando de forma mais tática em câmbio, mas com viés de baixa para o dólar americano.
- Occam Retorno Absoluto Advisory FIC FIM +2,5%
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Verde Asset
O Verde aumentou suas posições em ações brasileiras, mantendo, ao mesmo tempo, apostas que se beneficiam da queda das taxas reais no Brasil. O fundo está comprado em euro e real.
- Verde FIC FIM +2%
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Vinland Capital
O fundo está apostando em taxas mais baixas na Europa Oriental e na América Latina, que são as posições mais relevantes da Vinland.
- Vinland Macro FIC FIM +1,5%
Fonte: Capital Aberto

