Por James Politi, Financial Times — Washington
02/03/2023 16h57 Atualizado há 3 dias
Os EUA lançaram nesta quinta-feira (02) uma nova ofensiva contra países e indivíduos que estão ajudando o Kremlin a contornar as sanções ocidentais ao canalizar importações por países como os Emirados Árabes Unidos (EAU) e a Turquia.
A ação conjunta dos departamentos do Tesouro, Comércio e Justiça dos EUA, cujos detalhes foram primeiro obtidos pelo “Financial Times”, ocorre em um momento em que aliados da Ucrânia acreditam cada vez mais que a Turquia e os EAU, bem como países da Ásia Central e do Cáucaso, são o elo fraco dos esforços internacionais para isolar a Rússia econômica e militarmente.
“Aqueles que tentarem apoiar a máquina de guerra de Putin fugindo de nossos controles e sanções de exportação, serão responsabilizados”, disse Matthew Axelrod, secretário-assistente de Comércio para Fiscalização de Exportações, em comunicado.
Elizabeth Rosenberg, secretária-assistente do Tesouro para Financiamento do Terrorismo e Crimes Financeiros, disse em um evento fechado que os EAU também estão “na mira” dos EUA.
Rosenberg disse que as empresas dos Emirados Árabes Unidos exportaram mais de US$ 18 milhões em mercadorias para “entidades russas designadas pelos EUA” entre julho e novembro de 2022. Desse valor, US$ 5 milhões eram “mercadorias de origem americana e controladas pelos EUA para a Rússia”, incluindo “dispositivos semicondutores, alguns dos quais podem ser usados no campo de batalha”, acrescentou.
Como parte da ação, as três agências dos EUA emitirão uma “nota de conformidade” sobre o “uso de intermediários terceirizados ou pontos de troca para evitar sanções e controles de exportação relacionados à Rússia e Belarus”.
Isso inclui uma lista de “bandeiras vermelhas” que as empresas devem estar atentas em termos de possível evasão de sanções, destacando países específicos, incluindo China, Armênia, Turquia e Uzbequistão, que aliados ocidentais dizem ser comumente usados como “pontos de transbordo” para “ redirecionar ilegalmente itens restritos para a Rússia ou Belarus.
Fonte: Valor Econômico

