O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, alertou líderes europeus de que o continente enfrenta um problema de competitividade e que, atualmente, está “perdendo” a disputa para rivalizar com os Estados Unidos e a China.
“A Europa passou de 90% do PIB dos EUA para 65% ao longo de 10 ou 15 anos. Isso não é bom,” disse Dimon em um evento em Dublin, organizado pelo Ministério das Relações Exteriores da Irlanda. “Vocês estão perdendo.”
As declarações de Dimon — uma das vozes mais influentes do sistema financeiro global — destacam os desafios que a União Europeia enfrenta na tentativa de revitalizar sua economia.
No ano passado, Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu, já havia exigido uma nova estratégia industrial para a Europa, com investimentos anuais de €800 bilhões, para manter a competitividade com os EUA e a China.
“Nós temos esse mercado enorme e forte, e nossas empresas são grandes, bem-sucedidas, com escala global. Vocês também têm isso, mas cada vez menos,” afirmou Dimon.
A fala representa um recado ainda mais direto do que o proferido por Dimon na última reunião anual com acionistas, em abril, quando declarou que “a Europa tem problemas sérios a resolver” e instou os países europeus a “reformarem significativamente suas economias para que possam crescer”.
Dimon, que comanda o JPMorgan desde 2006, também alertou que os mercados financeiros estão excessivamente relaxados em relação às ameaças tarifárias recorrentes do presidente Donald Trump.
Na quinta-feira, investidores ignoraram a mais recente ameaça de Trump: tarifa de 50% sobre o cobre, tarifas de 200% sobre o setor farmacêutico e novas taxas direcionadas a países como Japão e Coreia do Sul.
“Infelizmente, acho que há complacência no mercado,” afirmou Dimon.
Ele comentou que, até agora, Trump tem recuado de suas ameaças tarifárias mais severas, mencionando a chamada “Taco trade” — tese baseada na premissa de que “Trump sempre recua no final”.
“Detesto usar a expressão ‘Taco trade’, porque acho que ele fez o certo ao recuar,” disse Dimon.
Dimon também previu dificuldades para Trump caso a economia enfraqueça:
“Acho que se a economia [dos EUA] desacelerar minimamente, ele terá um caminho difícil.”
No entanto, ele também criticou duramente os democratas da oposição, dizendo:
“O que eles estavam pensando com esse ‘wokeness’?”
Dimon chegou a chamar Zohran Mamdani — vencedor da primária democrata para prefeito de Nova York, onde o JPMorgan tem sua sede — de “marxista”.
Dimon afirmou que se preocupar com a possibilidade de Trump buscar um terceiro mandato seria “prematuro”, uma vez que presidentes dos EUA são limitados a dois mandatos.
Por outro lado, o CEO do JPMorgan declarou acreditar que o vice-presidente JD Vance não aceitaria um acordo para ser apenas coadjuvante em uma eventual nova candidatura com Trump:
“Ele vai dizer: ‘Amigo, vai pro porão. O seu momento já passou!’”
Mesmo assim, Dimon comentou que Trump pode eventualmente preferir lançar seu filho, Eric Trump, como candidato. Embora tenha dito que não tem ambições políticas, Dimon concluiu:
“Se ele fizer isso, talvez eu também considere.”
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Fonte: Financial Times
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