A mudança na política de frete grátis do Mercado Livre, que a partir de junho reduziu de R$ 79 para R$ 19 o valor mínimo da compra para se obter o benefício, resultou em um crescimento de 34% no volume vendido naquele mês e em 26% no segundo trimestre. A informação foi compartilhada pelo vice-presidente sênior da plataforma, Fernando Yunes, em coletiva com jornalistas no evento Mercado Livre Experience, realizada nesta quarta-feira (24).
“A gente expandiu o tamanho do mercado. Tem pressão de rentabilidade, mas a decisão é olhando para o longo prazo”, disse. Segundo o executivo, a plataforma também expandiu o número de usuários e novos clientes, mas não abriu o crescimento percentual. Questionado sobre quando deve haver uma retomada na rentabilidade, ele disse que não fornece projeção.
Yunes destacou que pedidos entre R$ 19 e R$ 79 que possuem frente grátis têm um prazo de entrega maior e que, caso o cliente queira receber no mesmo dia, ele paga um valor. Isso permite que a empresa distribua melhor as entregas, preenchendo espaços em dias com menor volume de pedidos, o que gera ganho de eficiência.
“Temos que mandar o caminhão de todo jeito, então ocupamos espaços sobrando com esses pacotes que não têm urgência”, disse, Luiz Vergueiro, diretor sênior de logística.
A fim de otimizar ainda mais a logística da operação, a plataforma apresentou hoje uma nova geração de robôs que consolidam pedidos que possuem mais de dois itens. Com 125 modelos em operação, a nova tecnologia permite separar até 105 mil itens por dia, reduzindo em até 25% o ciclo de processamento de pedidos multi-itens, o que resulta em uma hora a menos do processo completo. O sistema, que opera em dois andares e ocupa uma área otimizada de apenas 670 metros quadrados, também melhora as condições de trabalho, ao reduzir tarefas de deslocamento e alto impacto para as equipes.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2022/a/q/9822HnSsS9MNzQzxqAdg/051022mercadolivre45.jpg)
Yunes disse ainda que não existem outras negociações com a plataforma Memed para a compra de novas farmácias.
“Tem associações criando boatos para prejudicar o Mercado Livre e tumultuar o mercado”, disse o executivo.
Em setembro, o Meli adquiriu uma farmácia da empresa de prescrição digital de receitas médicas por meio da Kangu, uma subsidiária de sua plataforma de entregas. A drogaria fica no bairro Jabaquara, na Zona Sul de São Paulo.
A aquisição foi submetida ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e aguarda aprovação do órgão antitruste. “Estamos trabalhando para que as diversas farmácias do Brasil possam crescer no Mercado Livre”, disse Yunes.
A legislação não permite a venda de medicamentos em “marketplaces”, mas a resolução 812/2023 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autoriza a entrega por dispensadores de farmácias licenciadas.
Fonte: Valor Econômico