A motivação da entidade foi influenciada por identificação dos primeiros casos no Brasil da doença e de um possível aumento de sua disseminação em território nacional
Por Alessandra Saraiva, Valor — Rio
11/08/2022 13h48 Atualizado há 3 horas
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou em comunicado que deu entrada nesta quinta-feira (11) na solicitação de registros, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de dois kits de diagnóstico molecular para a doença “monkeypox“, também conhecida como “varíola dos macacos“.
A motivação da entidade foi influenciada por identificação dos primeiros casos no Brasil, de “monkeypox”, e de um possível aumento da disseminação da doença em território nacional.
Com isso, informou a Fiocruz, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos desenvolveu os novos kits moleculares e já produziu 12 mil reações de cada um dos dois protocolos estabelecidos para uso em pesquisa.
Ambos os diagnósticos moleculares, dos kits, identificam o material genético do vírus da “monkeypox” e a tecnologia neles empregada permite seu uso imediato em plataformas que já fazem a identificação de outros alvos na rede de laboratórios centrais de saúde pública (Lacens), caso o Ministério da Saúde necessite implementar sua utilização, informou ainda a Fiocruz.
No informe, a fundação detalhou que os pedidos de registro ocorreram por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). Foram pedidos registros de dois kits de diagnóstico molecular para a doença, no Brasil: o kit molecular “monkeypox” (MPXV) e o kit molecular 5PLEX OPV/MPXV/VZV/MOCV/RP.
Um dos kits faz a identificação, em mesma amostra humana, das duas cepas geneticamente distintas do vírus “monkeypox”: a cepa da África Central (Congo) e a cepa da África Ocidental, essa última com circulação já confirmada no Brasil. O kit é baseado na tecnologia de PCR ( usada para detectar covid-19), em tempo real com ensaios multiplex, comentou ainda a instituição.
Esse kit para “monkeypox” foi desenvolvido a partir das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o diagnóstico da nova doença. O kit pode identificar o material genético (DNA) do vírus causador por meio da coleta de material retirado das erupções cutâneas (pústulas) presentes no indivíduo com suspeita de infecção pelo vírus, detalhou a Fiocruz.
No comunicado, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, reforçou ainda a importância das ações de preparação para emergências sanitárias, como prover oferta rápida dos kits moleculares em resposta à “monkeypox”.
“Uma cadeia de suprimentos mais efetiva, após a experiência com a covid-19, e um arranjo produtivo local fortalecido contribuem para a autonomia nacional em relação a insumos indispensáveis ao enfrentamento de problemas de saúde pública, que têm surgido com mais frequência e maior alcance”, ressaltou ela.
Já o diretor de Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma, comentou que a oferta dos kits moleculares em tecnologia permite uso imediato nos Estados, além do Distrito Federal.1 de 1 Prédio da Fiocruz no Rio — Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Prédio da Fiocruz no Rio — Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Fonte: Valor Econômico