3 Nov 2022
Pressionado pela alta da inflação, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) decidiu ontem elevar os juros em 0,75 ponto porcentual, para a faixa entre 3,75% e 4% ao ano. Foi a quarta vez seguida que a autoridade monetária norte-americana subiu os juros em 0,75 ponto porcentual.
O Fed avalia que a inflação nos EUA segue elevada, com desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia. Adicionalmente, há pressões inflacionárias em alimentos e energia, além de altas de preços mais generalizadas. No documento divulgado pela autoridade monetária, o Fed se diz “altamente atento aos riscos inflacionários”.
Para o banco central americano, “a guerra da Rússia contra a Ucrânia está causando enormes dificuldades humanas e econômicas”, e os eventos relacionados estão criando uma pressão ascendente adicional sobre a inflação e pesando sobre a atividade econômica mundial.
RITMO. Em comentário enviado para clientes, o economista-chefe da Pantheon Macroeconomics, Ian Shepherdson, disse que o Fed está sinalizando que adotará um ritmo mais lento de elevação de juros. Na avaliação do economista, o Fed deve aumentar os juros em 0,50 ponto porcentual na reunião de política monetária de dezembro.
O economista destacou a indicação de que o Fed agora está atento ao provável impacto de suas ações anteriores, com o acréscimo no comunicado de política monetária divulgado ontem de que, ao determinar o ritmo de aumentos futuros, o banco central levará em consideração “o aperto acumulado da política monetária, as defasagens com que a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação e os desenvolvimentos econômicos e financeiros”. Para Shepherdson, parece ser claro que a onda de alta de 0,75 ponto porcentual acabou, a menos que os próximos dados da economia sejam muito ruins. •
Fonte: O Estado de S. Paulo

