O Ministério da Fazenda informou nesta terça-feira que deve revisar novamente sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, atualmente em 3,3%, após os dados do terceiro trimestre superarem as expectativas da pasta.
Segundo informações divulgadas pelo IBGE nesta manhã, a produção econômica do país cresceu 0,9% no terceiro trimestre em relação ao período imediatamente anterior. Em boletim divulgado no mês passado, a Fazenda havia previsto uma expansão de 0,7% na margem, o que representava um ajuste em relação ao avanço de 0,6% projetado em setembro.
No mesmo documento, quando foi divulgada a previsão atual de 3,3% para o crescimento do PIB em 2024, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério já havia elevado sua estimativa, após prever um crescimento de 3,2% em setembro.
“A projeção do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024, atualmente em 3,3%, deverá ser revisada para cima, repercutindo perspectivas de maior crescimento para a indústria e para os serviços”, afirmou a SPE em nota nesta terça-feira. “A atividade econômica deve continuar a crescer no próximo trimestre, embora com desaceleração na margem”, completou.
A diferença entre os dados oficiais do PIB e a projeção da Fazenda foi influenciada principalmente pelo setor de serviços, que representa cerca de 70% da economia do país. De acordo com o IBGE, o setor de serviços avançou 0,9% no terceiro trimestre, acima da alta de 0,7% projetada pela Fazenda no mês passado.
Segundo a SPE, embora a política monetária mais contracionista deva limitar o ritmo de expansão das concessões de crédito e dos investimentos, o mercado de trabalho deve continuar resiliente, o que estimula a produção e o consumo das famílias.
Apesar de o crescimento no terceiro trimestre ter representado uma desaceleração em relação ao período anterior, quando a economia cresceu 1,4%, o resultado reforçou a percepção de resiliência da atividade econômica. Analistas apontam que isso pode levar o Banco Central a adotar uma política monetária ainda mais apertada.
“O avanço expressivo do PIB é bem recebido e reforça a expectativa de taxas de juros mais altas no Brasil”, afirmou Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá nos dias 10 e 11 de dezembro para a última reunião do ano. Operadores atribuem 78% de chance a uma alta de 0,75 ponto percentual na taxa Selic, atualmente em 11,25% ao ano.
Fonte: Reuters

