Em julho do ano passado, a farmacêutica já havia dado início ao registro para fazer uma oferta pública inicial de ações, mas interrompeu o processo em setembro
Por Victoria Netto, Valor — São Paulo
19/09/2022 13h51 Atualizado há 12 horas
A farmacêutica Althaia protocolou, no dia 9 de setembro, um pedido de registro de companhia aberta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Em julho do ano passado, a farmacêutica já havia dado início ao registro para fazer uma oferta pública inicial de ações, mas interrompeu o processo em setembro. Na ocasião, a companhia atribuiu a suspensão à “conjuntura adversa de mercado”. A estreia na bolsa tinha até data marcada, 27 de setembro de 2021, sob o código “ALTF3”.
A interrupção é permitida pelo artigo 10 da Instrução CVM 400, que dispõe sobre as ofertas públicas de distribuição de valores mobiliários. Em novembro de 2021, contudo, com o vencimento do prazo previsto de até 60 dias úteis para a suspensão, o processo para a oferta pública de ações da Althaia foi indeferido pela CVM.
A farmacêutica pretendia fazer uma oferta pública de distribuição primária — quando o dinheiro vai para o caixa da empresa — de cerca de 52 milhões de novas ações ordinárias Além disso, faria uma oferta secundária — quando os recursos vão para os acionistas vendedores — de aproximadamente 14 milhões de ações. A companhia buscava recursos para construir uma nova fábrica, investir em pesquisa e reforçar sua estrutura de capital.
A faixa indicativa de preço ficaria entre R$ 10,80 e R$ 13,00, de acordo com o prospecto divulgado pela companhia à época. Considerando o preço médio da faixa, de R$ 11,90, a operação da Althaia poderia movimentar R$ 789,13 milhões. Os coordenadores da oferta eram XP, Itaú BBA e Bank of America (BofA).
Além dos produtos que comercializa, a Althaia desenvolve, registra e fabrica remédios para indústrias farmacêuticas parceiras, como a Hypera e a Eurofarma. A companhia também fabrica suplementos das marcas exclusivas das redes de varejo farmacêutico Raia Drogasil e Panvel.
No exercício encerrado em 31 de dezembro de 2021, a Althaia reportou receita operacional líquida de R$ 340,8 milhões, alta de 23% ante 2020, segundo o último demonstrativo financeiro disponibilizado pela companhia. O lucro líquido foi de R$ 55,9 milhões, avanço de 14% na mesma base. No período, o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 84,5 milhões, uma valorização de 11% em relação a 2020.
Procurada pelo Valor, a companhia não quis comentar.
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Althaia Indústria Farmacêutica, em Atibaia (SP) — Foto: Divulgação