Exclusivo: Cimed contrata J.P.Morgan para a venda de fatia minoritária, dizem fontes

A farmacêutica Cimed decidiu se capitalizar e para isso buscará um investidor para comprar uma fatia minoritária da companhia, de cerca de 10% a 15%, apurou o Valor. A empresa contratou o J.P.Morgan para estruturar a operação, conforme fontes que falaram na condição de anonimato. Hoje a Cimed estaria avaliada em cerca de R$ 8 bilhões.

Segundo uma fonte com conhecimento no assunto, mas que pediu para não ser identificada, o interesse é de buscar fundos de private equity (que são aqueles que compram participação em empresas). No caso da Cimed, explicou uma das fontes, o fundo também ajudaria a estruturar a governança da companhia.

O setor farmacêutico voltou a se aquecer e são esperadas uma onda de fusões e aquisições (M&As, na sigla em inglês). Em muitos casos, explicou uma fonte, a questão por trás é sucessão.

Na Cimed, a chegada de um fundo de private equity também pode ajudar na busca da companhia em crescer, tanto organicamente quanto com aquisições. Recentemente, a companhia tentou comprar a empresa de cosméticos Jequiti, do grupo Silvio Santos, mas as partes não chegaram a um acordo.

Procurada, pela manhã, a Cimed disse que não comenta a informação. Diz ainda que tem “relacionamento com a maioria das instituições financeiras do mercado”.

Em entrevista nesta tarde, concedida após a publicação da reportagem, o presidente do conselho de administração da Cimed, Nicola Calicchio, reafirmou que a companhia não comenta rumores de mercado e não confirmou, ou negou, sobre a contratação do JP Morgan para a venda de uma fatia minoritária da companhia. “Reafirmo que a empresa vai fazer um pacote de investimento pesado. A Cimed decidiu entrar em uma nova fase e vai se financiar com sua geração de caixa e pelo acionista”, disse. Segundo ele, o que vai acontecer com a companhia em um horizonte de cinco anos “Só Deus sabe”. “Podemos fazer nesse período alguma transação? Podemos. Um IPO [oferta inicial de ações] também pode ser interessante caso os acionistas decidam”, disse Calicchio. João Adibe, presidente da companhia, quando perguntado pelo Valor, na quarta-feira, se planejava vender a empresa, se tinha sido sondado, desconversou. (Colaborou Daniela Braun)

Fonte: Valor Econômico