Recém-aposentada do cargo de presidente do Federal Reserve (Fed) de Cleveland, Loretta Mester afirmou em entrevista à emissora americana CNBC nesta terça-feira que o comitê de política monetária do banco central americano “terá uma discussão sobre iniciar” o ciclo de flexibilização com um corte de 0,25 ou 0,5 ponto percentual na reunião do próximo dia 18.
Mester deixou o Fed de Cleveland no dia 30 de junho. Conhecida por ser uma das vozes recentes mais conservadoras do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), o fato de ela ter deixado a porta aberta para um corte de juros mais agressivo neste mês chamou a atenção do mercado e as taxas dos Treasuries passaram a cair em ritmo forte.
Por volta de 10h35, o rendimento da T-note de 2 anos cedia a 3,886%, de 3,925% no ajuste anterior, enquanto a da T-note de 10 anos recuava de 3,911% a 3,849%. Na ponta mais longa da curva americana, o ritmo também era de queda firme, com a taxa do T-bond de 30 anos indo de 4,198% a 4,132%.
Mester, inclusive, tirou peso da leitura de agosto do “payroll” (relatório oficial do mercado de trabalho dos Estados Unidos) sobre a decisão do Fed. O relatório, que sairá na sexta-feira (6), é aguardado com ansiedade pelo mercado desde que o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou não querer um “enfraquecimento adicional” do mercado de trabalho, em seu discurso no Simpósio de Jackson Hole.
“Nós sabemos que o mercado de trabalho está se moderando. O Fed analisa todos os dados, e não apenas um relatório”, disse Mester. Segundo ela, o Fed quer sempre ter um mercado de trabalho forte, e um ‘payroll’ bom deve ser visto como boa notícia, independentemente da decisão de juros deste mês.
“Um bom relatório não fará com que as pessoas mudem de ideia quanto a começar a cortar. A questão é se começamos com 0,5 ou 0,25 [ponto], e eles não vão determinar isso até que chegue perto do momento da reunião”, completou a ex-presidente do Fed de Cleveland.
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Fonte: Valor Econômico

