27/09/22 – 08h33 – Atualizado em 27/09/22 – 09h06
LONDRES (Reuters) – Charles Evans, uma das autoridades de política monetária do Federal Reserve (Fed), disse esperar que o pico da taxa de juros previsto pelo comitê de governança do banco central seja alto o suficiente para trazer a inflação de volta ao controle.
“Estou otimista de que o pico que estabelecemos (nas previsões) será suficientemente restritivo”, disse Evans, que dirige o Fed de Chicago, em evento organizado pelo think-tank OMFIF (Official Monetary and Financial Institutions Forum).
O presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em Chicago disse que reduzir a inflação para a meta oficial de 2% do Fed exigirá um período de condições restritivas. Ele acrescentou, no entanto, que em “algum momento” será apropriado desacelerar o ritmo de altas de juros e, eventualmente, mantê-los inalterados por algum tempo para avaliar como a política monetária do Fed está afetando a economia americana.
Em discurso feito durante evento do Fórum Oficial de Instituições Monetárias e Financeiras, em Londres, Evans apontou que as projeções do Fed indicam aumentos de juros adicionais de 100 a 125 pontos-base até o fim do ano, o que está mais ou menos em linha com sua visão.
Na semana passada, o Fed elevou juros em 75 pontos-base pela terceira vez seguida, para a faixa de 3% a 3,25%, em nova tentativa de combater a inflação persistente nos EUA.
Evans, que não vota nas decisões de política monetária do Fed este ano, previu que a inflação nos EUA irá desacelerar significativamente nos próximos dois anos e disse esperar avanços apenas modestos do Produto Interno Bruto (PIB) na segunda metade de 2022. Ele ressaltou, porém, que projeções do Fed não trazem números consistentes com um quadro de recessão.
Em sessão de perguntas e respostas, Evans admitiu que o Fed “julgou mal” o avanço da inflação nos EUA e poderia ter começado o processo de aperto monetário mais cedo.
O Federal Reserve aumentou agressivamente as taxas de juros em 3 pontos percentuais neste ano, levando sua meta para a faixa entre 3,00% e 3,25%.
O banco central promoveu seu terceiro aumento consecutivo de 75 pontos-base na semana passada e sinalizou que os juros devem subir bem acima de 4% até o fim do ano.
(Por Harry Robertson)
Fonte: Reuters

