Por Toni Sciarretta, Valor — São Paulo
13/03/2024 15h10 Atualizado há 12 horas
A blockchain do Ethereum, a maior em operação comercial no mundo, concluiu uma nova atualização de software que promete tornar vários custos operacionais significativamente menores para uma série de aplicativos e serviços das chamadas finanças descentralizadas (DeFi) que utilizam a rede.
O novo upgrade da rede do Ethereum aconteceu no dia em que o bitcoin, maior e mais antiga moeda digital, bateu novo recorde histórico, negociado à máxima de US$ 73.604. No ano, o bitcoin acumula alta de 75% com a entrada crescente de recursos novos por meio dos fundos negociados em bolsa (ETFs), que trouxeram US$ 11 bilhões para o segmento desde 11 de janeiro. Esses produtos de investimento já figuram entre os mais negociados de todo o segmento de fundos passivos nos EUA.
No caso da atualização de software do Ethereum, o impacto maior será em ecossistemas de criptoativos alternativos como Polygon e Arbitrum. Essas redes rodam suas próprias aplicações e depois “publicam” os resultados finais das transações no Ethereum, que funciona como uma espécie de banco de dados com altíssima segurança e validado por participantes de todo o mundo.
Com a mudança, uma inscrição de dados que custava US$ 1 agora poderá ser feita por um centavo, enquanto operações de centavos ficarão a uma fração do preço anterior. Na visão de especialistas de ativos digitais, a atualização será a de maior impacto para os usuários finais e startups que desenvolvem aplicativos com referência na blockchain do Ethereum. A expectativa é que as mudanças nos preços estimulem o desenvolvimento de novos produtos e serviços, inclusive gratuitos.
No início da noite, após o upgrade do Ethereum, o token ether (ETH), nativo da rede, estava sendo negociado com alta de 1,4% a US$ 3.994. Já os tokens das redes Polygon e Arbitrum tinham alta de 9,2% a US$ 1,27, e de 6,1% a US$ 2,13. O bitcoin subia 3,4% a US$ 73.260.
Para Fernando Pereira, analista da Bitget, não está descartada uma baixa nos preços antes do chamado “halving” do bitcoin, quando a remuneração dos mineradores será reduzida pela metade. “Historicamente durante o halving nós temos uma rápida e sútil correção. Não se assustem caso o bitcoin caia 30%.”
Tasso Lago, fundador da Financial Move, destaca que, pela primeira vez, o bitcoin rompeu o recorde histórico antes do halving. “Nesse ciclo, o bitcoin está mais forte que o normal”, disse.
Fonte: Valor Econômico

