Os primeiros fundos negociados em bolsa (ETFs) que investem diretamente em ether, a segunda maior das criptomoedas, estrearam nesta terça com forte giro nas bolsas dos EUA. Mais de US$ 1 bilhão foram negociados pelos nove primeiros produtos. Embora o volume tenha ficado longe dos US$ 4,6 bilhões do lançamento dos ETFs de bitcoin em janeiro, a estreia foi considerada forte. Vários deles terminaram o dia entre os 50 mais negociados.
O iShares Ethereum Trust da BlackRock (ticker ETHA) teve giro de US$ 248 milhões e figurou entre os mais negociados no primeiro dia em todos os tempos, de acordo com a Bloomberg Intelligence. O Ethereum Trust da Grayscale, que foi convertido em ETF, teve transações da ordem de US$ 458 milhões, ficando entre os 25 melhores. Já o produto da gestora criptonativa Bitwise (ETHW) teve mais de US$ 94 milhões em negociações.
O volume de negociação na estreia não indica a entrada de novos investidores. Devido à forma como os fundos liquidam as negociações, os fluxos líquidos de entrada e saída dos produtos só devem ser conhecidos nesta quarta.
O lançamento dos fundos de ether ocorrem seis meses após o início dos negócios com os primeiros ETFs de bitcoin à vista nos EUA, que surgiram com muito alarde e tiveram bilhões de dólares em captações.
O produto deve trazer entre US$ 4,8 bilhões e US$ 6,4 bilhões em recursos novos no primeiro ano, de acordo com Wintermute. Já os analistas da Bloomberg Intelligence veem fluxos para os ETFs de ether equivalentes a cerca de 20% do registrado pelos fundos de bitcoin.
Christopher Jensen, chefe de pesquisa de ativos digitais da Franklin Templeton, considera que a adoção de ETFs de ether pelos investidores deve acontecer em um ritmo mais rápido porque muitos desses investidores já tiveram a chance de se envolver com os fundos de bitcoin lançados no início deste ano. A equipe da gestora espera fluxos totalizando 30% dos de ETFs de bitcoin à vista, dado que o valor de mercado do bitcoin, de mais de US$ 1,3 trilhão, é cerca de três vezes maior que o do ether.
Ainda assim, o bitcoin tem uma vantagem por ser o pioneiro, disse Alex Saunders, do Citigroup, acrescentando que a moeda “tem um caso de uso mais fácil de entender, semelhante ao ‘ouro digital’”.
Fonte: Valor Econômico

