4 Jan 2023 ANDRÉ BORGES
A energia elétrica gerada por painéis solares passou a ser a segunda maior fonte do País, ultrapassando a capacidade total de produção das usinas eólicas. Hoje, a energia solar só está atrás da hidrelétrica.
Os dados compilados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontam que a fonte solar chegou a 23.854 megawatts (MW) de potência instalada, respondendo por 11,2% da capacidade nacional, contra 23.754 MW de energia eólica, equivalente a 11,1%. A hidrelétrica é responsável por 51,3% do parque nacional, com potência de 109.719 MW.
As demais fontes da matriz elétrica são, na ordem, usinas a gás natural (8,2%), biomassa (7,8%), diesel (4%), carvão mineral (1,7%) e nuclear (0,9%).
Dos 23,9 mil MW de potência instalada da fonte solar no País, 16,2 mil MW são da geração distribuída, aquela que está instalada em telhados e pequenos terrenos. Outros 7,7 mil MW têm como origem as grandes usinas centralizadas.
“O avanço da fonte solar no País é fundamental para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do Brasil. A tecnologia ajuda a diversificar a matriz elétrica, aumentar a segurança de suprimento, reduzir a pressão sobre os recursos hídricos e proteger a população contra mais altas na conta de luz. Também fortalece a sustentabilidade, a transição energética e a competitividade do setor produtivo”, diz Ronaldo Koloszuk, presidente do conselho de administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Koloszuk afirmou que, para o Brasil se tornar a potência sustentável que se almeja, precisa inverter a lógica das políticas energéticas implementadas no território nacional. “É preciso diminuir subsídios, incentivos e desonerações às fontes fósseis e aumentar o apoio às fontes limpas e renováveis. É nessa direção que o mundo caminha e é isso que a sociedade brasileira e a comunidade internacional esperam de nossos líderes”, disse. “O Brasil tem um dos melhores recursos solares do planeta e, com boas políticas públicas, poderemos nos tornar uma liderança internacional.”
Nesta sexta-feira, chega ao fim o prazo para que os consumidores protocolem pedido de acesso da energia solar à rede das distribuidoras, para garantir as regras atuais do sistema que prevê subsídio para quem gerar sua própria energia. Esse sistema prevê que a energia produzida pelo dono dos painéis – e que é injetada na rede geral – seja convertida em créditos de volta ao gerador.
O Brasil tem hoje mais de 1,5 milhão de sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede de energia, com cerca de 2 milhões de unidades consumidoras. A tecnologia está presente em todos os Estados brasileiros, sendo os cinco maiores, em potência instalada, respectivamente, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso.
A partir do dia 6, está prevista uma taxação sobre essa energia injetada na rede, para quem protocolar o pedido de conexão de painéis. Antes desta data, fica garantida a regra atual até o ano de 2045.
Os dados da Absolar apontam que o setor atraiu mais de R$ 45,7 bilhões em investimentos em 2022, número recorde que inclui obras de grandes usinas e geração distribuída. •
Fonte: O Estado de S. Paulo

