A farmacêutica EMS, parte do conglomerado Grupo NC, começou a vender nesta segunda-feira (4) as canetas injetáveis de liraglutida Olire e Lirux. As duas marcas, nas dosagens de 6 miligramas cada, já estão disponíveis nas redes Drogarias São Paulo, Drogarias Pacheco, Drogasil e Droga Raia. A EMS é a primeira brasileira a atuar no mercado dos chamados análogos do hormônio do GLP-1, medicamentos para tratamento de diabetes —no caso do Lirux— e de obesidade —prescrição do Olire.
Após dez anos e mais de R$ 1 bilhão em investimentos, incluindo pesquisa e desenvolvimento e estruturas fabris em Hortolândia (SP) e na Sérvia, a companhia aguarda os próximos meses para definir se vai exportar a liraglutida brasileira ou usar a estrutura para fabricar outros tipos de análogos de GLP-1.
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“Com a mudança da ordem de três ou quatro aminoácidos, vira um outro medicamento, é uma maneira simples de trabalhar. A semaglutida vence a patente no ano que vem e aí é uma decisão estratégica de qual princípio ativo vai vender para qual país, considerando os tarifaços e como devem ficar as cadeias de produção”, afirma o diretor médico da EMS, Iran Gonçalves Junior.
A EMS iniciou a produção com capacidade de 250 mil canetas, número que deve chegar a 500 mil ainda no segundo semestre e alcançar 25 milhões no próximo ano. O patamar pode chegar a 40 milhões de canetas, caso haja investimentos para ampliação de produção.
O primeiro medicamento à base de liraglutida no mercado mundial foi o Saxenda, da Novo Nordisk. A companhia também foi a estreante no mercado de análogos do GLP-1 com Ozempic e Wegovy. O cenário de competição para a Novo Nordisk está mais difícil desde o lançamento do Mounjaro, caneta de tirzepatida da Eli Lilly, que ameaça o ritmo de crescimento de lucros da dinamarquesa.
As canetas da EMS chegam ao Brasil na faixa de R$ 300 a R$ 500, a depender da dosagem, abaixo dos concorrentes de até R$ 1,2 mil. A expectativa da companhia, porém, é de que Lirux e Olire sejam competidores do medicamento de referência para a liraglutida, e não acredita em uma guerra de preços na categoria.
“Nós temos que comparar liraglutida com liraglutida e semaglutida com semaglutida.Há diferenças na potência da perda de peso, mas todos são medicamentos eficazes e há prescrições do Saxenda que podemos competir”, afirma o diretor médico.
Fonte: Valor Econômico