Por Aaron Back, Dow Jones
26/04/2023 13h10 Atualizado há 17 horas
O First Republic Bank está de volta, de chapéu na mão. Seus salvadores de março têm motivos para continuar investindo, mas uma solução ainda será difícil de alcançar.
O banco regional americano em dificuldades precisa se desfazer de ativos de seu balanço patrimonial para pagar a dívida cara que o está sustentando. Mas as taxas crescentes reduziram o valor de mercado desses ativos, então ele só pode vendê-los rapidamente registrando uma perda – algo que não pode bancar agora.
Assim, seus consultores propuseram um novo plano para que outros bancos assumam essa perda, de acordo com relatos da mídia. A CNBC e a Bloomberg relataram nesta quarta-feira que, de acordo com um plano que está sendo considerado, o First Republic poderia vender títulos para outros bancos a preços acima do mercado, o que significa que essas instituições os adquiririam efetivamente com uma perda inicial. De acordo com a Bloomberg, isso também pode incluir outros ativos, como empréstimos hipotecários.
Por que um comprador concordaria com isso? Bem, por um lado, 11 bancos já fizeram US$ 30 bilhões em depósitos não garantidos no First Republic. Se eles pensassem que o banco regional estava prestes a falir, poderiam correr o risco de perder esse dinheiro imediatamente. Mas isso coloca o First Republic e seus consultores em uma posição um tanto incômoda, porque um acordo só se torna mais provável quando o fim do banco parece mais iminente.
Os bancos que compram os ativos do First Republic também podem ser compensados por suas perdas imediatas na forma de warrants (opções de compra de ações) ou ações preferenciais, informou a Bloomberg. Mas isso diluiria os acionistas existentes, derrubando ainda mais as ações do First Republic e minando ainda mais a confiança no banco.
Isso ajuda a explicar por que as ações caíram maciçamente novamente na Bolsa de Nova York nesta quarta-feira, fechando em baixa de 29,75%, a US$ 5,69, após recuarem quase 50% na véspera, apesar dos relatos de outro possível pacote de resgate.
Idealmente, para o First Republic, seria dado tempo para colocar seu balanço em forma, como fazer empréstimos, vendê-los e usar os recursos para pagar dívidas, como disse que pretende fazer na segunda-feira após seu balanço do primeiro trimestre, em que relatou saídas de US$ 100 bilhões em depósitos.
Mas o banco não forneceu clareza sobre quanto tempo isso pode levar. E como mostra a reação do mercado a essa atualização, poucos estão inclinados agora a conceder-lhes muito tempo. Então, alguém pode ter que desembolsar ainda mais dinheiro para seu resgate.
Fonte: Valor Econômico
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