Por Mônica Scaramuzzo, Valor — São Paulo
04/04/2022 23h14 Atualizado há 10 horas
Em jantar com executivos da Faria Lima e poucos empresários, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, fez um discurso moderado e disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai comandar o crescimento econômico do país.
Para um grupo de cerca de 30 pessoas, reunidas no bairro do Morumbi (zona oeste de São Paulo), na casa do empresário João Camargo (dono grupo de comunicação Camargo) e presidente do Esfera Brasil, Gleise Hoffmann disse que, se eleito, Lula deverá rever a reforma trabalhista e não será favorável às privatizações. Hoffmann também defendeu uma maior flexibilização do Teto de Gastos para investimentos sociais.
Mas o discurso não assustou os presentes, de acordo com um dos convidados, que preferiu não se identificar. Hoffmann argumentou que a reforma trabalhista não diminuiu o desemprego e precisa ter alguns pontos revistos. A presidente do PT também afirmou que não é intenção de Lula congelar os preços da gasolina. Segundo ela, o partido defende “a suavização do impacto” nos preços do combustível.
De acordo com relatos dos presentes, o PT argumenta que o Brasil é autossuficiente na produção de petróleo e que os reajustes dos preços internacionais não precisam ter repasses diretos.
“Não vemos um Lula vingativo e não acreditamos num mandato revanchista dele. Vemos um Lula mais (Nelson) Mandela”, afirmou um executivo da Faria Lima, que também não se identificou.
Hoffmann reforçou que o ex-governador Geraldo Alckmin, recém-filiado ao PSB, será o fiel da balança na articulação política do novo governo. Geraldo Alckmin é cotado para ser o vice-presidente de Lula.
Sobre se Lula fará uma nova Carta ao Povo Brasileiro, a presidente do PT afirmou que não há necessidade e que ex-presidente tem o compromisso com o país. A ex-presidente Dilma Rousseff não foi citada pela petista. Os convidados também questionaram se o PT estaria escondendo Dilma nessa campanha. Aos presentes, a petista reforçou que a ex-presidente tinha um perfil mais técnico.
Hoffmann afirmou que, se eleito, Lula vai articular com o Congresso para que as pautas econômicas e sociais avancem.
Entre os presentes estavam os empresários Abilio Diniz (Carrefour), Candido Pinheiro (Hapvida), Florian Bartunek (Costelattion) e Rafael Furlanetti, da XP.
Fonte: Valor Econômico