A Eli Lilly fabricará sua pílula experimental de última geração para perda de peso, o Orforglipron, em uma nova fábrica de vários bilhões de dólares que planeja construir no Texas, disse a empresa nesta terça-feira (23).
A farmacêutica investirá US$ 6,5 bilhões para construir a fábrica em Houston, Texas, como parte de seu plano de construção de quatro unidades nos Estados Unidos, no valor de US$ 27 bilhões, para os próximos cinco anos.
A instalação de Houston fabricará os ingredientes farmacêuticos ativos para o Orforglipron e para algumas das terapias avançadas da Lilly contra o câncer, autoimunes e outras, disse a empresa.
O diretor-presidente da Lilly, David Ricks, disse à Reuters que a nova fábrica será um principal polo de produção do Orforglipron, embora o medicamento também seja fabricado em uma unidade em Indiana.
“Este local fabricará principalmente o Orforglipron e alguns dos materiais precursores que compõem (o medicamento)”, disse ele, acrescentando que isso aumentará a capacidade da Lilly de fabricar a pílula em escala.
Ricks afirmou que o Texas foi escolhido para o local em parte devido à expertise em engenharia química e química na área, juntamente com a abundância de mão de obra qualificada e suporte de construção.
A Lilly, a farmacêutica mais valiosa do mundo por valor de mercado, tem aumentado a produção nos EUA e globalmente para atender à crescente demanda por seu medicamento injetável para obesidade da classe GLP-1, o Zepbound, e está correndo contra a rival Novo Nordisk para lançar um medicamento para perda de peso em forma de pílula.
O Orforglipron, que é projetado para imitar o hormônio GLP-1, que suprime o apetite, o mesmo alvo da injeção de grande sucesso da Lilly, o Zepbound, pode gerar cerca de US$ 25 bilhões para a Lilly em vendas anuais de pico, disse o analista da Jefferies Akash Tewari.
Dados mostraram que a pílula diária ajudou os pacientes a perder 12,4% de seu peso corporal em um estudo de fase avançada. A Lilly planeja submetê-lo para revisão regulatória ainda este ano.
Analistas de Wall Street disseram, no entanto, que o medicamento é um bom candidato para um processo de análise acelerada de um a dois meses, lançado recentemente pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA.
As farmacêuticas globais também têm aumentado o investimento em produção nos EUA este ano, depois que o presidente, Donald Trump, as instou a fabricar mais medicamentos domesticamente, em vez de importar ingredientes ou produtos acabados.
A Lilly e outras grandes empresas farmacêuticas, incluindo Johnson & Johnson, Roche e Sanofi, se comprometeram a injetar centenas de bilhões de dólares na produção nos EUA nos próximos anos.
A Lilly prometeu em fevereiro pelo menos US$ 27 bilhões para quatro novas fábricas nos EUA. Na semana passada, a empresa disse que havia escolhido o condado de Goochland, na Virgínia, para uma unidade de US$ 5 bilhões.
O projeto da Lilly no Texas deve criar mais de 600 empregos permanentes para cientistas, engenheiros e outros trabalhadores qualificados, juntamente com cerca de 4.000 vagas na construção, disse a empresa.
A farmacêutica sediada em Indianápolis planeja anunciar os locais das duas fábricas restantes nos EUA ainda este ano e espera começar a fabricar medicamentos em todas as quatro instalações dentro de cinco anos.
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Fonte: Valor Econômico