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As despesas realizadas em agosto com as eleições municipais elevaram em termos reais os gastos do governo federal no mês retrasado e aumentaram o déficit primário. Conforme divulgado nesta quinta-feira, 3, pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), o governo central teve resultado primário negativo de R$ 22,4 bilhões em agosto.
Dessa quantia, R$ 5 bilhões foram direcionados para a realização das eleições, o que aumentou as despesas totais em 2%. A comparação é sempre com o mesmo período do ano anterior e já desconta a inflação.
“Sem despesas eleitorais, teríamos decréscimo real dos gastos”, afirmou o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, em entrevista coletiva para comentar os números.
No acumulado de 12 meses até agosto, por sua vez, o déficit foi de R$ 227,5 bilhões, o equivalente a 1,98% do Produto Interno Bruto (PIB).
Os dados levam em conta STN, Previdência Social e Banco Central (BC) e excluem despesas com a dívida pública. A meta de resultado primário para este ano é de déficit zero, com intervalo de tolerância de 0,25 ponto do PIB, para cima ou para baixo. O intervalo é equivalente a R$ 28,8 bilhões aproximadamente.
Os ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento projetam neste momento resultado negativo de R$ 28,3 bilhões.
Na entrevista, Ceron afirmou que, após a antecipação de alguns gastos para a primeira metade do ano, os “números corroboram a acomodação das despesas no segundo semestre”, em um nível “muito mais compatível com arcabouço” fiscal. Ele disse que a “despesa previdenciária está retornando para um patamar mais equilibrado”, mas classificou como “expressiva e preocupante” a alta nos últimos meses dos gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Apenas em agosto, o crescimento das despesas com BPF foi de 14,5%.
O secretário afirmou que “não é verdade” que o governo federal esteja usando crédito extraordinários para impulsionar gastos. Também disse que, ao contrário do que alguns agentes de mercado têm defendido, o resultado primário não “perdeu relevância” como indicador do desempenho fiscal da União.
Ceron reconheceu que os R$ 40 bilhões em créditos extraordinários abertos atualmente, que ficam fora do resultado primário, “chamam atenção”. Mas disse que 95% do valor está ligado às enchentes do Rio Grande do Sul, que “está em um processo de recuperação muito forte”.
Fonte: Valor Econômico

