Por Zoe Schneeweiss — Bloomberg
29/09/2023 05h04 Atualizado há 2 horas
O Federal Reserve e o Banco Central Europeu provavelmente chegaram ao limite do aumento de juros antes que o aperto monetário comece a infligir danos desproporcionais às economias dos EUA e da zona do euro, segundo quatro renomadas economistas.
As autoridades monetárias precisam ter “paciência”, mesmo que isso signifique um surto de inflação de curto prazo, defenderam Veronica Guerrieri, professora da Universidade de Chicago; Michala Marcussen, economista-chefe do Société Générale; Lucrezia Reichlin, ex-diretora de pesquisa do BCE e professora da London Business School; e Silvana Tenreyro, professora da LBS e ex-integrante externa do comitê de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE).
“Se considerarmos a dimensão extraordinária do choque de oferta que a economia teve de absorver e o fato de a política monetária operar com uma desfasagem significativa, estas observações sugerem que os benefícios de um maior aperto serão pequenos, quando comparados com os riscos”, afirmaram em um artigo publicado ontem. “Isto é particularmente verdade para a zona do euro.”
O artigo das quatro economistas, chamado Relatório de Genebra, destaca que a desinflação está em curso, as expectativas de inflação de longo prazo permanecem bem ancoradas e as poupanças das famílias acumuladas durante a pandemia têm diminuído.
Em artigo, quatro renomadas economistas defendem uma pausa no aperto monetário
Elas não comentam especificamente sobre a recente sinalização do Federal Reserve de juros altos por mais tempo, mas defendem a suspensão do aperto para permitir que os aumentos de juros já implementados surtam efeito.
“Quando conduzimos a política monetária para combater a inflação, devemos ser cautelosos e ter em mente que aceitar um grau de inflação de curto prazo pode ser um custo necessário para permitir movimentos de preços relativos que ajudem a obter uma melhor alocação de recursos”, disseram. “Os efeitos defasados do aperto monetário ainda não se fizeram sentir nas economias.”
Fonte: Valor Econômico

