Por Arthur Cagliari, Valor — São Paulo
17/11/2022 12h25 Atualizado
Mesmo para quem assume uma postura menos agressiva em relação ao aumento dos juros, a atual taxa dos “Fed funds” ainda não está restritiva suficientemente para combater a inflação alta. Essa foi a avaliação do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de St. Louis, James Bullard, em apresentação em evento organizado pela Greater Louisville.
Em gráfico usado em sua apresentação, Bullard sugere que a taxa pode precisar subir para uma faixa de 5% a 7%. A leitura pôde ser feita em seus gráficos sobre uma percepção menos generosa das regras de Taylor sobre política monetária.
“Minha abordagem sobre essa questão é baseada em suposições ‘generosas’ — suposições que tendem a favorecer uma política mais ‘dovish’ [favorável a taxas de juros mais frouxas] em detrimento de uma mais ‘hawkish’ [inclinada ao aperto das taxas]”, disse ele. “Mesmo sob essas suposições generosas, a taxa de juros ainda não está em uma zona que possa ser considerada suficientemente restritiva.”
Bullard ainda discutiu os riscos à estabilidade financeira. Ele observou que a taxa básica de juros foi aumentada em 0,75 ponto percentual em cada uma das últimas quatro reuniões do Fed. “É possível que o aumento do estresse financeiro possa se desenvolver em tal ambiente”, disse ele. “No entanto, a transparência com que esses aumentos [da taxa de juros] foram entregues, juntamente com a orientação futura [“forward guidance”], parece ter permitido uma transição relativamente ordenada para um nível mais alto de taxas de juros até agora.”
Ele observou que o índice de estresse financeiro do Fed de St. Louis até agora indica um nível relativamente baixo de estresse financeiro, apesar da taxa de juros mais alta neste ano.
Fonte: Valor Econômico

