O CFO (chief financial officer ou diretor financeiro) brasileiro é majoritariamente homem (80,3% do total), branco (88,2%) e tem, em média, 48 anos. Lidera equipes com até 27 pessoas e prioriza o potencial de crescimento profissional na hora de fazer novas contratações. Graduado em administração de empresas (43,1%), coleciona até dois MBAs no currículo (40,7%).
A conclusão aparece em um novo estudo da consultoria Assetz Expert Recruitment, especializada na seleção de gestores financeiros. O levantamento, adiantado para o Valor, ouviu 102 CFOs de corporações com receita acima de R$ 1 bilhão, entre junho e julho de 2025.
“No comparativo entre a primeira pesquisa, de 2021, e a edição de 2025, há um aumento da presença de executivos em companhias de origem brasileira [de 67% para 82%], grupos de capital aberto [36% para 52%] ou com investimento de private equity e venture capital [8,6% para 24,5%], números que refletem um mercado mais maduro, competitivo e conectado a fontes diversificadas de capital”, analisam Felipe Brunieri e Guilherme Malfi, sócios-fundadores da Assetz Expert Recruitment.
Brunieri diz que os executivos têm, em média, 48 anos de idade, e quatro em cada dez chegaram à cadeira via promoção. “O que mostra que as empresas estão olhando com mais atenção para o desenvolvimento e a retenção de talentos na área de finanças”, ressalta. “A maioria dos profissionais começou em segmentos como planejamento financeiro [29,5%] e controladoria [20,4%].”
O especialista ressalta que entre os CFOs captados no mercado pelos empregadores, a maioria ou 77% ocupavam o mesmo cargo na empresa anterior. “As organizações valorizam a experiência prévia na função, ao mesmo tempo em que precisam formar futuros líderes que estão em ‘casa’”, explica ele, acrescentando que menos da metade dos gestores (45,1%) têm sucessores mapeados.
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De acordo com o relatório, cada diretor lidera diretamente 27 profissionais e influencia até 112 funcionários de forma indireta. “Eles dedicam, em média, 30% da semana ao desenvolvimento das equipes, o que reforça que a gestão de pessoas tem um papel estratégico no posto”, diz Malfi. “A maioria [51,9%] investe em reuniões individuais regulares e 31,3%, em feedbacks contínuos, valorizando mais diálogos diretos do que processos formais [de interação].”
Ao serem questionados sobre os critérios usados para contratar novos membros do time, os executivos dizem priorizar o potencial de crescimento profissional (65,6%), antes do conhecimento técnico em finanças (61,7%) e a vivência no cargo desejado (31,3%). Entre as habilidades comportamentais mais procuradas nas admissões, destacam a resiliência, flexibilidade e agilidade (31,3%), além da capacidade de liderança e de gerenciar colegas (21,5%).
A investigação também se debruçou sobre o desdobramento das carreiras dos executivos. Mais de um quarto (25,4%) enxerga como próximo passo profissional chegar à posição de CEO e 21,5% querem assentos em conselhos.
“Há um avanço importante dos CFOs nos colegiados”, afirma Brunieri. “Em 2021, pouco mais de um terço exercia a função de conselheiro. Hoje, esse número chega a 42,1%”. A maior parte (65,1%) atua em boards de administração, conselhos fiscais (18,6%) e consultivos (6,9%).
Fonte: Valor Econômico