29/04/2022 05h03 Atualizado há 4 horas
As restrições às viagens intermunicipais impostas por autoridades da China podem aumentar o impacto econômico do mais recente surto de covid-19 no país, apesar de uma queda no número de casos em várias regiões.
Além dos lockdowns em importantes cidades como Xangai e Changchun, os governos locais restringiram as viagens entre as regiões, bloqueando conexões vitais de transporte entre fornecedores e fabricantes, destacaram analistas ouvidos pelo “Financial Times”.
“O impacto na cadeia de suprimentos desse lockdown será pelo menos tão ruim, se não pior, do que na primavera de 2020”, disse Tung Lu, economista do Nomura.
Já Logan Wright, do Rodium Group, destacou que os fabricantes dependem do livre fluxo de mercadorias entre as metrópoles chinesas. Assim, a recente flexibilização em alguns dos lockdowns acaba não sendo um “motivo de alívio” para muitas empresas.
Wright estimou que o tráfego rodoviário entre Jiangsu e Zhejiang, cidades próximas a Xangai, despencou entre 50% e 70% nesta semana, na comparação com o mesmo período de 2021. “Quando as pessoas não conseguem se locomover, isso tem um impacto no setor de serviços e depois na renda.”
Economistas estimam que, devido aos lockdowns em importantes polos industriais, a China não conseguirá atingir a meta de crescimento de 5,5% estabelecida pelo Partido Comunista para 2022.
No primeiro trimestre o crescimento do PIB chinês acelerou para 4,8% ao ano, de 4% nos últimos três meses de 2021. Mas esse dado ainda não refletiu totalmente o impacto das restrições contra a covid-19 – lockdown em Xangai teve início no fim de março – e os efeitos da guerra na Ucrânia.
Fonte: Valor Econômico

