O Estado de S. Paulo 1 Jun 2022

A taxa de desemprego em abril teve melhora ante os 11,1% de março. É o índice mais baixo desde fevereiro de 2016.
A taxa de desemprego caiu para 10,5% no trimestre encerrado em abril, uma melhora em relação ao índice de 11,1% do período terminado em março, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada ontem pelo IBGE. Já a renda média, de R$ 2.569, é 7,9% inferior à que os trabalhadores recebiam há um ano.
O índice de desemprego é o mais baixo desde fevereiro de 2016, quando estava em 10,3%. Descontados os efeitos sazonais, a taxa de desemprego caiu de 9,9% em março para 9,5% em abril, segundo cálculo do economista do Banco Original Eduardo Vilarim, com base nos dados da Pnad Contínua.
“O resultado foi ótimo, com recorde de população ocupada na série histórica. Os salários seguem comprimidos, mas têm desenhado uma melhora na margem, ainda que pequena”, disse Vilarim.
Em um trimestre, o mercado de trabalho registrou abertura de 1,083 milhão de vagas – cerca de 80% delas na formalidade – para um montante recorde de 96,512 milhões de pessoas trabalhando. O total de desempregados encolheu em 699 mil pessoas, embora ainda haja 11,349 milhões de brasileiros procurando trabalho.
APERTO MONETÁRIO. Os números refletem o forte desempenho da atividade econômica no primeiro trimestre, mas não indicam uma tendência para o ano, alertou Carlos Pedroso, economista-chefe do banco MUFG Brasil. “Esperamos uma economia mais fraca no segundo semestre, em função do aperto monetário que o Banco Central vem realizando. Neste sentido, mantemos a expectativa de desemprego em torno de 11% no fim de 2022.”
O economista do MUFG Brasil reforça que os resultados da Pnad Contínua de abril ainda mostram um quadro desafiador, com 4,451 milhões de desalentados (pessoas que desistiram de procurar emprego) e taxa de informalidade elevada, de 40,1%.
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, é possível que a queda nos salários esteja motivando que mais pessoas na família busquem trabalho para recompor a renda domiciliar perdida.
O nível da ocupação, que mostra a proporção da população ocupada em idade de trabalhar, subiu a 55,8% no trimestre encerrado em abril, mas já alcançou um pico de 58,5% ao fim de 2013. Ou seja, a população ocupada subiu, mas ficou abaixo da população em idade de trabalhar. •
DANIELA AMORIM/RIO, CÍCERO COTRIM e GUILHERME BIANCHINI/SÃO PAULO
Fonte: O Estado de S. Paulo

