18 Aug 2023
Com as ameaças crescendo na Ásia, os líderes de EUA, Japão e Coreia do Sul se reunirão hoje em Camp David, dando um grande passo rumo a uma parceria militar e econômica que seria quase inconcebível antes da invasão russa da Ucrânia.
Enquanto os EUA enfrentam os desafios da China e da Coreia do Norte, um dos principais obstáculos tem sido o relacionamento tenso – e às vezes hostil – entre Japão e Coreia do Sul, dois aliados mais importantes de Washington.
Agora, Tóquio e Seul estão tentando superar rapidamente desavenças históricas por conta do cenário da guerra na Ucrânia, que destaca as vulnerabilidades dos dois países em uma região dominada pela China.
O presidente americano, Joe Biden, espera contribuir para melhorar as relações entre os países ao receber o primeiro-ministro Fumio Kishida, do Japão, e o presidente Yoon Suk-yeol, da Coreia do Sul, na residência presidencial de Maryland.
Será a primeira vez que os líderes das três nações se encontrarão fora do contexto de uma cúpula maior, bem como a primeira vez que Biden convida líderes mundiais para Camp David. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou que a reunião daria aos três a chance de falar sobre medidas concretas para manter a paz e a estabilidade regional.
MEDIAÇÃO. “É a necessidade de uma resposta aos desafios vindos da China”, disse Tetsuo Kotani, pesquisador do Instituto Japonês de Relações Internacionais. Ele avalia que a invasão russa da Ucrânia contribuiu para a escalada das ameaças de Pequim de fazer o mesmo com Taiwan. A guerra também levantou preocupações sobre o crescente alinhamento entre China, Rússia e Coreia do Norte, todas potências nucleares.
A sensação de ameaça fez com que Japão e Coreia do Sul deixassem as diferenças de lado para estreitarem a parceria conjunta com os EUA, que já reconhecem que precisam de aliados para se contrapor à China.
Fonte: O Estado de S. Paulo
