Por Eduardo Magossi — De São Paulo
01/08/2022 05h02 Atualizado há 5 horas
Dados de inflação e salários dos Estados Unidos divulgados na sexta-feira reforçaram a expectativa de o Federal Reserve (Fed) ter que seguir com atuações fortes e rápidas no aumento dos juros para controlar a escalada dos preços. O índice de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) teve alta de 1% em junho em relação a maio, segundo o Departamento do Comércio dos EUA. Já na comparação com junho de 2021, a alta ficou em 6,8%.
“O PCE mostrou que embora os preços de bens estejam começando a desacelerar, os preços de serviços continuam em alta”, diz Angelo Polydoro, economista da ASA Investments. Para ele, é preciso que as cadeias de oferta voltem a funcionar direito e que o mercado de trabalho apertado não afete os preços de serviços para que a inflação recue.
Já o indicador ECI, que mede a variação dos salários trimestralmente, revelou que eles seguem extremamente aquecidos. “Os salários seguem firmes e crescendo em um ritmo incompatível com a meta do Fed de levar a inflação para o alvo de 2%. O banco central ainda tem um longo caminho a seguir”, disse Polydoro.
“[O ECI] É uma das métricas de salário preferidas do Fed e indica que a pressão na inflação de serviços vai continuar. Por isso, o Fed não pode parar de subir juros tão cedo. Próximos números de inflação devem definir o ritmo da próxima reunião”, afirmou o economista de EUA do Itaú BBA, Bernardo Dutra.
Fonte: Valor Econômico

