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A farmacêutica Cristália vai dobrar sua capacidade de produção de medicamentos orais (comprimidos) com o início da produção da fábrica de Montes Claros (MG). O complexo, inaugurada nesta terça-feira (28), estava em construção desde 2021 e recebeu investimentos de R$ 300 milhões.
As linhas de produção serão de medicamentos como antipsicóticos, psicotrópicos e analgésicos, dentre outros. A companhia já prevê um aporte adicional de R$ 350 milhões para construção de uma unidade de biotecnologia nos próximos dois anos, totalizando R$ 650 milhões de investimentos no complexo. O terreno conta com 150 mil metros quadrados, com capacidade de produção anual de 2,5 bilhões de unidades.
“Nós estamos no limite de produção de sólidos orais e essa unidade entra no time para produzir para uma demanda que nós já temos”, afirma o fundador e presidente da Cristália, Ogari Pacheco. A futura unidade de biotecnologia será responsável pela produção de toxina botulínica, utilizada no segmento estético e em especialidades da medicina.
De acordo com Pacheco, a nova unidade surgiu como uma oportunidade de inaugurar uma fábrica mais rapidamente do que o usual, já que a Cristália adquiriu o edifício de uma companhia têxtil e fez adaptações para que o prédio abrigasse uma indústria farmacêutica.
A disponibilidade de mão de obra qualificada e os incentivos fiscais, segundo o executivo, também tornam Montes Claros uma localização estratégica. Farmacêuticas como Novo Nordisk e Eurofarma, dentre outras, também têm fábricas na cidade mineira.
A Cristália tem nove unidades produtivas, sendo uma também em Minas Gerais, na cidade de Pouso Alegre, e outras sete em São Paulo. O matriz da companhia fica na cidade de Itapira (SP), em um complexo industrial que conta com duas unidades de farmoquímicos que produzem Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs), além de duas unidades de biotecnologia.
Além de investimentos em capacidade de produção, a Cristália vem ampliando aportes em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos inovadores. Uma das principais apostas da farmacêutica é um produto para tratamento de lesões medulares à base de polilaminina, proteína estudada há cerca de 25 anos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em setembro, a farmacêutica e a equipe de pesquisadores da universidade divulgaram os resultados dos estudos acadêmicos. Na ocasião, Ogari Pacheco afirmou que a polilaminina é um dos dez medicamentos inovadores em estágio avançado de pesquisas, que devem ser lançados em curto a médio prazo.
Fonte: Valor Econômico