Extremos climáticos, como as enchentes no Rio Grande do Sul e a seca que castiga a região Norte, já causaram ao menos R$ 6,67 bilhões em prejuízos para o agronegócio brasileiro. Segundo especialistas, a conta é alta e os efeitos ainda devem perdurar, seja por danos estruturais ou por impacto nas atividades agrícolas e pecuárias.
Além das perdas de vidas, a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul em abril e maio causou prejuízos de R$ 5,4 bilhões à agricultura e pecuária do Estado, de acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Na região Norte, onde a falta de chuvas reduz o volume d’água em rios antes caudalosos, os danos à agricultura e à pecuária somam quase R$ 1,3 bilhão, acrescenta a entidade. Como a seca persiste, a CNM diz que o montante deve aumentar à medida que novas informações sejam reportadas pelas cidades.
Na Amazônia, ribeirinhos vêm afirmando que a estação seca chegou mais cedo este ano, mas na verdade ela sequer foi embora, avalia Ana Paula Cunha, pesquisadora do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Segundo ela, a seca completou um ano em diversas regiões do bioma, e os impactos negativos são maiores entre os mais pobres.
Já no Porto de Rio Grande, principal via de exportação da produção agrícola gaúcha, a quantidade de sedimentos reduziu o calado do complexo, limitando operações. A Portos RS, empresa pública que administra o sistema hidroviário do Estado, está investindo em dragagem para permitir a volta de navios de maior capacidade.
No fim de semana, queimadas em São Paulo levaram 46 municípios a decretar alerta máximo, elevando as incertezas para as lavouras de grãos e cana. Dois aeroportos no Estado precisaram ser fechados. Diante das suspeitas de ações criminosas, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, acionou a Polícia Federal. (* Para o Valor).
Fonte: Valor Econômico

