Por Nikkei Asia — Nova York
07/02/2023 11h52 Atualizado há 23 horas
O comércio entre os Estados Unidos e a China bateu recorde em 2022, segundo dados divulgados nesta terça-feira. A nova alta aconteceu em meio a tensões crescentes entre os países, como a questão de Taiwan e o recente caso dos balões chineses encontrados no espaço aéreo americano.
As importações e exportações entre os países atingiram US$ 690,6 bilhões em 2022, mostrou o relatório do Escritório de Análises Econômicas dos EUA. A alta anterior de importações e exportações entre os dois países foi de US$ 659 bilhões em 2018.
Os números contradizem os rumores de que as duas maiores economias do mundo estão diminuindo a integração entre elas.
As exportações para a China aumentaram US$ 2,4 bilhões em 2022, para US$ 153,8 bilhões, e as importações da China aumentaram US$ 31,8 bilhões no período, atingindo US$ 536,8 bilhões.
“Para os importadores dos EUA, o benefício de comprar produtos chineses baratos foi atraente, mesmo com as tarifas criadas pelas sanções de Washington”, disse Kensuke Abe da “Marubeni”.
Quase todas as tarifas impostas a produtos chineses, como brinquedos e produtos de plástico – que totalizaram de US$ 370 bilhões em 2022 – criadas durante o governo Trump permanecem. O governo Biden considerou cortá-las como parte do pacote para tentar arrefecer a alta da inflação, mas o ímpeto para a medida diminuiu depois que as tensões entre Pequim e Washington aumentaram, em parte devido à visita da então presidente da Câmara, Nancy Pelosi, a Taiwan.
“Os fluxos comerciais bilaterais recordes para 2022 ressaltam que, apesar da imposição constante de controles de exportação e da manutenção das tarifas de Trump, os laços comerciais entre os Estados Unidos e a China permanecem fortes”, disse Wendy Cutler, vice-presidente da Asia Society Policy Institute e ex-vice-representante interina de comércio dos EUA.
“Embora possa haver dissociação em certas áreas de produtos estratégicos, outros setores permanecem intocados, incluindo uma ampla variedade de produtos manufaturados e agrícolas”, disse ela.
Apesar dos bons números de 2022, ainda não se sabe se o comércio entre EUA e China continuará crescendo. As relações diplomáticas voltaram a ficar tensas após o caso do suposto balão espião chinês que sobrevoou o espaço aéreo americano e foi abatido pelos militares dos EUA sobre o Oceano Atlântico. Em um relatório divulgado no mês passado, o Boston Consulting Group previu que o comércio bilateral entre as nações cairá 10% até 2031.
Fonte: Valor Econômico

