No momento em que as expectativas de inflação seguem acima da meta e em que não há perspectiva de melhora para as projeções de inflação do próprio Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o cenário sugere um ajuste nos juros. O apontamento é feito pelos economistas Leonardo Porto, Thais Ortega e Paulo Lopes, do Citi, que projetam quatro elevações de 0,25 ponto percentual a partir da reunião deste mês, com uma Selic que chega a 11,5% no início do próximo ano.
“A avaliação de um aumento iminente na taxa de juros se fortaleceu ainda mais se considerarmos que o Copom mencionou na última ata que, se a deterioração das expectativas e do câmbio for persistente, os impactos inflacionários resultantes podem ser significativos e serão devidamente incorporados pelo comitê. Em outras palavras, condicionado à evidência atual de que a deterioração se mostrou persistente desde o fim de julho, será difícil para o Copom não aumentar a taxa Selic em 18 de setembro”, afirmam os economistas do Citi.
Para eles, um aumento de 1 ponto percentual na Selic, dividido em quatro altas de 0,25 ponto, é o resultado mais provável. O banco americano projeta o juro básico em 11% no fim do próximo ano e em 10,5% em 2026. O movimento de aperto das condições monetárias é derivado, em particular, de projeções de inflação acima da meta; deterioração persistente do câmbio e das expectativas; e o descompasso entre demanda e oferta na atividade econômica e no mercado de trabalho.
Os economistas do Citi alertam, ainda, que as condições econômicas “sugerem que os riscos em torno do agora esperado ciclo de aperto estão inclinados para cima, o que significa que um aumento maior 1 ponto na taxa Selic é mais provável do que um aumento menor na taxa básica de juros”.
Fonte: Valor Econômico

