O objetivo é aumentar a capacidade produtiva de 26 milhões de unidades por mês para 100 milhões unidades ao mês no fim do período
Por Cibelle Bouças*, Valor — Pouso Alegre (MG)
05/09/2023 18h02 Atualizado há 15 horas
A Cimed planeja ultrapassar a marca de 1 bilhão de unidades de sólidos orais por ano no prazo de cinco anos, ampliando a capacidade produtiva de 26 milhões de unidades por mês para 100 milhões unidades ao mês no fim do período.
Nesta terça-feira (5), a companhia — a 13ª maior indústria farmacêutica no país em receita, de acordo com o ranking Valor1000 — deu o primeiro passo nesse sentido, com a inauguração oficial de sua segunda fábrica em Pouso Alegre, no sul de Minas Gerais.
A unidade industrial é fruto de investimentos de R$ 450 milhões, dos quais R$ 300 milhões foram gastos em infraestrutura e equipamentos. A fábrica tem capacidade para produção de 60 milhões de unidades de sólidos por mês, em três turnos. Mas essa capacidade será ampliada para 100 milhões de unidades por mês com a chegada de novos equipamentos nos próximos anos.
“É uma responsabilidade gigante a gente continuar dentro desse ritmo de crescimento. Essa fábrica vem justamente para aumentar a nossa capacidade produtiva, para a gente poder escalar o nosso negócio e, principalmente, desenvolvimento de novos produtos”, afirmou o CEO da Cimed, João Adibe Marques. A empresa possui mais de 600 produtos no seu portfólio.
Com a nova planta, a empresa amplia a capacidade de produção de sólidos orais em 130%, para 60 milhões de unidades por mês, especialmente de genéricos, que atualmente representam 47% das vendas da companhia. Marques disse que a produção de genéricos vai aumentar 35%.
A outra fábrica de Pouso Alegre seguirá focada na produção de líquidos, pomadas, cremes, antibióticos, vitaminas, hormônios, linhas de beleza e higiene. A empresa investe para ampliar a capacidade de produção de vitaminas em 50% nessa unidade.
A vice-presidente da Cimed, Karla Felmanas, disse que a empresa conseguiu transferir em junho deste ano 100% da operação de unidades sólidas da outra fábrica para esta unidade.
A fábrica está operando em três turnos e a produção alcançou 50 milhões de unidades no último mês. “Até o fim do ano devemos ficar com esse nível de produção. Uma nova ampliação deve acontecer a partir do meio do ano que vem, quando vamos receber novos equipamentos”, afirmou Felmanas.
Os equipamentos são importados da Itália e da Alemanha, a executiva disse que a importação desses itens tem demorado uma média de 18 meses para chegar ao Brasil. A Cimed não divulga quanto pretende investir nos próximos cinco anos em seu plano de expansão.
De acordo com a companhia, 98% das matérias-primas usadas na produção de medicamentos é importada. Em média, a empresa leva 17 dias desde a recepção da matéria-prima até o empacotamento das caixas de medicamentos que vão para as farmácias e drogarias. A companhia informou que o seu giro de estoque tem sido de sete dias.
A fábrica tem 44 mil metros quadrados de área construída e fica às margens da rodovia Fernão Dias, que liga Minas Gerais a São Paulo. A unidade emprega 1,1 mil pessoas. “Minas tem se destacado na geração de empregos. Rompemos agora a barreira de 750 mil empregos formais no Estado”, afirmou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que participou da cerimônia de inauguração.
De acordo com o CEO, a Cimed responde por 6,4% do volume de medicamentos produzidos no Brasil e por 5,5% dos trabalhadores empregados no setor farmacêutico. Em Pouso Alegre, a Cimed emprega 3,8 mil pessoas. No país, são aproximadamente 5,5 mil. A Cimed possui duas fábricas em Pouso Alegre e um parque gráfico em São Sebastião da Bela Vista (MG). Também possui escritório em São Paulo, além de 26 centros de distribuição no país.
A Cimed tem previsão de faturar pouco mais de R$ 3 bilhões em 2023, ante R$ 1,9 bilhão em 2022, e chegar a R$ 5 bilhões até 2025.
* A jornalista viajou a convite da Cimed
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Fonte: Valor Econômico