Em um já distante 17 de janeiro de 2021, o Brasil se enchia de esperança, dado o início da vacinação contra a covid-19. Ainda com regras de distanciamento social muito rígidas, os brasileiros assistiram pelas telas a enfermeira Monica Calazans receber o imunizante em evento ao lado do então governador de São Paulo, João Doria. Um ano após a data, 90% da população brasileira já estava com o esquema vacinal completo e a pandemia foi se tornando uma lembrança de um momento difícil para todo – mais de 700 mil pessoas morreram pela doença desde 2020.
“Fico muito emocionada ao recordar este dia. Por ser diabética, hipertensa e obesa, pertenço ao grupo de risco e digo orgulhosa: ‘a vacina salvou minha vida’”, afirma ela com olhos marejados. “Toda aquela visibilidade me trouxe responsabilidade, e coloquei todas as minhas forças na conscientização da população sobre a importância de se vacinar”, completa
De lá para cá, muitas coisas mudaram na vida de Calazans, ela deixou de trabalhar em instituições de saúde e atua na área acadêmica, como acompanhamento de estagiários que querem seguir a mesma profissão que a sua.
Apesar das mudanças na vida pessoal, a profissional salienta que a situação da saúde pública nacional continua a mesma coisa: “Parcela da população resistente aos imunizantes e ausência de vacinas para todos, como é o caso da dengue agora”, diz.
A dengue matou 6.041 pessoas no país no ano passado, ante 5.959 óbitos provocados pela covid-19, segundo dados do Ministério da Saúde. O Estado de São Paulo confirmou nesta semana a primeira morte por dengue no ano – outras sete estão em investigação. Além disso, há 8.414 casos confirmados.
Para ela, que esteve na linha frente da Covid, a reversão deste quadro começa com a valorização do profissional de saúde, pois “um profissional bem valorizado, desempenha suas atribuições muito melhor”.
Fonte: Valor Econômico