Fitch Afirma Rating ‘AAA(bra)’ da Eurofarma; Perspectiva Estável

A Fitch classifica a Eurofarma na mesma categoria de rating do Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A. (Aché, Rating Nacional de Longo Prazo ‘AAA(bra)’/Perspectiva Estável), ambos caracterizados por forte posição competitiva dentro da indústria farmacêutica brasileira e por um perfil financeiro conservador. A Eurofarma apresenta maior diversificação de segmentos e geográfica, com presença em 21 países, sendo a grande maioria ainda em processo de maturação. Já o Aché, que está presente apenas no Brasil, se beneficia de margens operacionais mais elevadas, dada a maior representatividade dos medicamentos com prescrição em seu portfólio. Os maiores investimentos em P&D fazem com que as margens da Eurofarma sejam inferiores às do Aché. Por outro lado, estes investimentos devem permitir que a companhia fortaleça sua capacidade de lançamentos e de inovação a longo prazo, com potenciais benefícios no crescimento de suas receitas e de suas margens futuras.

Expectativa de Melhora das Margens Operacionais: A estratégia de crescimento da Eurofarma, os lançamentos de produtos e as melhorias de eficiência operacional devem continuar sustentando o fortalecimento de suas margens operacionais, mesmo com o aumento dos investimentos em P&D. A expectativa é de margens de EBITDA próximas a 25% nos próximos anos, frente à média de 19,2% nos últimos quatro anos. O cenário-base incorpora maior eficiência dos custos operacionais, reajustes de preço médio (receita bruta sobre volume total) em torno de 2% em 2022 e em linha com a inflação a partir de 2023, além de crescimento anual do volume de vendas entre 7% e 8%, excluindo as aquisições recentes. O segmento farmacêutico, que incorpora os medicamentos de prescrição e genéricos, possui elevada participação na geração de caixa da Eurofarma. As vendas por produto não são concentradas, e os vinte maiores clientes representaram aproximadamente 36% do total comercializado entre janeiro e setembro de 2022.

Geração de CaixaRobusta: A Eurofarma possui forte capacidade de geração de caixa, e a expectativa é de que a companhia gere EBITDA de BRL1,9 bilhão e fluxo de caixa das operações (CFFO) de BRL1,4 bilhão em 2022 e BRL2,1 bilhão e BRL1,2 bilhão, respectivamente, em 2023, incluindo uma receita de cerca de BRL240 milhões proveniente das aquisições recentes. Estes números se comparam com o EBITDA de BRL1,5 bilhão e com o CFFO de BRL1,3 bilhão reportado em 2021.
A Fitch acredita que a forte geração de caixa operacional da Eurofarma apoiará sua estratégia de crescimento, bem como os elevados investimentos esperados em 2022 e 2023. Em 2022, o fluxo de caixa livre (FCF) da Eurofarma deve ser de BRL185 milhões, considerando distribuição de dividendos em torno de BRL220 milhões e investimentos de BRL1,0 bilhão, principalmente no complexo industrial de Montes Claros (MG). O FCF incorpora as aquisições dos ativos do Laboratório Canonne e da Medimetriks, realizadas em dezembro de 2022, que totalizaram aproximadamente BRL850 milhões. O FCF deverá ser positivo em BRL160 milhões em 2023, após dividendos de BRL50 milhões e investimentos de até BRL1,0 bilhão. A redução de investimentos a partir de 2024 deverá sustentar a forte geração de FCF da empresa.

Absolvição na CVM

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) absolveu a KPMG e seu sócio e responsável técnico, Wagner Bottino, em julgamento que analisou a emissão de relatório de auditoria sobre as demonstrações financeiras da Hypermarcas (atual Hypera) para o exercício de 2014. Para a acusação, o documento estava em desacordo com o disposto nas normas profissionais de auditoria. O relator do caso foi o diretor Otto Lobo e a decisão foi unânime. (Juliana Schincariol)

Geneterapias podem curar doenças, mas têm custo muito alto

As geneterapias, que operam adicionando um novo gene ao corpo ou reparando um gene que passou por mutação, podem melhorar problemas de saúde drasticamente, resolvendo sua causa original, normalmente por meio de um tratamento único. Mas são medicamentos complexos que podem ter efeitos colaterais perigosos e que são vendidos a preços extremamente altos.
O Hemgenix da CSL custa US$ 3,5 milhões (R$ 18,5 milhões) por dose, sendo o fármaco mais caro do mundo.

Milhões de dados ajudam a antecipar diagnósticos

A medicina do futuro, com diagnósticos, prognósticos e tratamentos mais precisos e personalizados, começa a chegar a hospitais do país. A inteligência artificial (IA) e o machine learning, ou aprendizado de máquinas, conseguem diagnosticar se o paciente admitido na unidade de emergência pode estar sofrendo um acidente vascular cerebral (AVC) e encaminhá-lo com maior rapidez para o médico. Elas também podem identificar lesões pulmonares ou planejar neurocirurgias. Os equipamentos que trabalham com IA também auxiliam os profissionais de saúde a distinguir pontos em imagens computadorizadas que não seriam normalmente visíveis. Fornecem, em resumo, uma visão ampliada e detalhada sobre a saúde dos pacientes, auxiliando o profissional médico a tomar decisões mais precisas em relação a diagnósticos e tratamentos.

Medicina de precisão traz mais eficiência aos tratamentos

Desenvolvimento mais veloz de medicamentos e vacinas também está na lista de inovação na área de saúde.
A previsão é que as novas ferramentas revolucionem a saúde. O uso dos computadores inteligentes e que conseguem aprender sozinhos segue alguns alvos. Neles estão diagnósticos e prognósticos mais acurados, que ajudam os médicos a identificar possíveis problemas; a medicina de precisão, que poderá determinar medicamentos específicos para cada paciente; a prevenção de doenças; o auxílio para que governos possam tratar com mais eficiência a saúde pública; e um desenvolvimento de drogas muito mais veloz, preciso e com menor custo.