As aprovações de medicamentos de especialidades mais aguardadas para este ano têm potencial para movimentar até US$ 17,5 bilhões em cinco anos. É o que aponta uma análise da consultoria norte-americana Evaluate Vantage.
Pelo terceiro ano consecutivo, uma nova terapia para a doença de Alzheimer figura como o lançamento de maior repercussão entre analistas da indústria farmacêutica. Mas a julgar pelas projeções dos dois anos anteriores, o setor está bem mais cauteloso.
Em 2022, o medicamento mais esperado da lista, com vendas estimadas no valor de US$ 6 bilhões, foi o Donanemabe, da Eli Lilly. Em 2021, a aposta recaiu sobre o Aduhelm (aducanumabe), da Biogen e da Eisai, com estimativas de vendas de US$ 4,8 bilhões.
Mas o Donanemabe não obteve a aprovação em 2022 e está de volta à lista deste ano, mas com estimativa de vendas substancialmente menor – apenas US$ 1,9 bilhão até 2028. E ainda assim há riscos, uma vez que a FDA rejeitou a aprovação rápida da Lilly para o medicamento sob a alegação de que precisava de mais dados.
Já o Aduhelm sofre com a alcunha de ser considerado o pior lançamento da história da indústria farmacêutica. Em janeiro deste ano, um relatório do Congresso americano apontou que o processo de aprovação do medicamento apresentou uma série de irregularidades por parte da FDA.
Mas a farmacêutica japonesa Eisai volta ao ranking e na primeira colocação com o Lecanemab, ativo para o Alzheimer, aprovado em janeiro como Leqembi e com potencial de US$ 3 bilhões. A lista de 2023 ainda contempla vários medicamentos inovadores que, em função do ineditismo, também trazem altos riscos de regulamentação e reembolso, bem como incógnitas quanto à segurança e eficácia a longo prazo.